O engenheiro Bruno Macedo, de 35 anos, já pode descansar das buscas diárias pelo cãozinho Zeca, de um ano e nove meses, que havia desaparecido após fugir de casa no bairro Jardim da Penha, em Vitória, no último dia 21. O cachorro foi encontrado na manhã desta quarta-feira (30), próximo a um supermercado do bairro Santa Lúcia.
Segundo o tutor, o pior cenário veio à cabeça. “Cheguei a pensar que nunca mais o veria. Mas não entrava na minha cabeça que ele iria desaparecer do nada. Apesar de eu ser muito racional, sou otimista, então estava me esforçando para achá-lo, em algum momento eu iria ter notícias dele”, iniciou.
Nesta quarta-feira, como vinha fazendo nos últimos dias, Bruno saiu para uma caminhada matinal, por volta das 5h, e passou pela Ponte da Passagem — já que de lá teriam vindo indícios de passagem de Zeca — em direção a Andorinhas.
“Ouvi falar que uma pessoa em situação de rua estava dando abrigo para ele e fui atrás. Subi por Maruípe até Jucutuquara, fui para a Avenida Vitória, entrei pela (avenida) Marechal Campos e, quando sentei no Horto para descansar, recebi uma ligação sobre um suposto Zeca. Estaria na rua, em frente a um condomínio, atrás de um supermercado da Avenida Rio Branco. A pessoa dizia que ele estava muito magro e debilitado”, continuou.
O engenheiro contou que, ao chegar, se deparou com o cãozinho em pé, fraco, com uma coleira emprestada para que não fugisse mais e um pontinho de água em frente. Após dias de tristeza, veio a recompensa por tantas buscas: “Era ele”. O bichinho logo reconheceu o tutor, mas, como estava fraco, deu apenas uma balançada de rabo bem tímida.
Bruno confessou que, ainda meio sem saber o que fazer, não conseguiu agradecer o suficiente às pessoas que estavam no local e acolheram o animal. “Só pensei em uma maneira de levá-lo ao veterinário e checar se estava tudo certo. Por sorte, uma amiga estava passando na rua na hora e me cedeu uma carona para o veterinário. Peguei no colo e só larguei para a veterinária, que, minutos depois, voltou dizendo que ele estava bem, mas que iria passar por uma bateria de exames para ter certeza”, disse.
Devido ao estado em que foi encontrado, Zeca não poderá voltar para casa ainda nesta quarta-feira (30). Ele está internado em uma clínica veterinária na Praia do Canto, na Capital, onde fará exames de ultrassom, radiografia, sangue, e outros procedimentos médicos. Após confirmação de que a saúde está em perfeito estado, o cãozinho poderá seguir com o dono para Jardim da Penha.
Apesar do susto, Bruno disse que não pretende fazer alterações na casa dele para dificultar novas fugas. Ele está se mudando e no novo apartamento não há acesso fácil à janela.
Quando pensou que poderia ter perdido Zeca, o engenheiro se sentiu impotente. “Quem me conhece sabe que eu não gosto de perder. E essa perda seria uma porrada muito forte por não ter muito o que fazer além do que já estava sendo feito. Graças a Deus apareceu o Jorge, que mora no condomínio perto de onde meu cachorro foi encontrado. Ele estava ajudando na portaria e isso permitiu que ele o visse”, contou.
Bruno afirmou que o cãozinho significa muito para ele. “É muita coisa mesmo, é minha família, lealdade, é um espírito de paz, que me ensina todos os dias, me mostra que as coisas simples da vida são as que realmente importam. E, principalmente, que beleza está nos olhos de quem vê e o amor está acima de tudo”, finalizou.
Zeca é um cãozinho muito peculiar, segundo o tutor dele. Até os três meses de vida, ele foi colocado outras vezes para adoção e devolvido duas vezes. Isso até encontrar o engenheiro Bruno Macedo, de 35 anos, com quem ele vivia no bairro Jardim da Penha, em Vitória, desde que era filhote. Desde o dia 21 de março, quando o pet fugiu, o desaparecimento dele viralizou nas redes sociais.
À reportagem de A Gazeta, Bruno narrou a fuga do filho de quatro patas. "Eu havia saído para trabalhar, deixei a janela aberta e estava ventando muito, com porta batendo. Zeca é muito assustado, o medo o deixa bem ligeiro. Ele deve ter tido o instinto de pular na marquise, já que encontrei a marca das patinhas lá e eu moro no primeiro andar. De lá, pulou no capô de um carro, na garagem do prédio, e deve ter caído no chão. Aparentemente, ele não se machucou”, disse, na ocasião.
Após saber da fuga do cão, o engenheiro passou a receber relatos de conhecidos sobre por onde o animal pode ter passado e chegou a fazer buscas de até 50 km por dia atrás do bichinho. Apenas nesta quarta-feira (30), passados nove dias, Zeca foi finalmente encontrado.
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