Por volta das 16h desta quinta-feira (9), a família de Élita Aparecida Garcia Ravera viu o ônibus interestadual chegar na Rodoviária de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo. Dentro do veículo, estava a esperança do reencontro com a capixaba, que estava desaparecida e morando nas ruas do Rio de Janeiro (RJ).
A última vez que a família teve notícias de Élita foi em agosto do ano passado, quando ela ainda estava em Piúma. A moradora de Cachoeiro de Itapemirim foi ao Rio de Janeiro para encontrar familiares, mas não conseguiu voltar.
Em fevereiro deste ano, a jornalista Joyce Castello, moradora do Rio de Janeiro (RJ), decidiu se mobilizar para encontrar a família da Élita. Na época, a profissional encontrou Élita andando desnorteada e decidiu conversar com ela. A capixaba contou que era moradora de Cachoeiro de Itapemirim e tinha até a cidade procurar por familiares, mas não encontrou.
Após uma mobilização da jornalista para encontrar os familiares da capixaba, irmãs entraram em contato com a profissional, mas Élita não foi mais vista. Ela tinha sido levada para um abrigo público para que pudesse pernoitar, mas não voltou para o local no dia seguinte. Iniciou-se, então, a busca pela capixaba no Rio de Janeiro, sendo encontrada só na última segunda-feira (6). “Meu namorado achou ela na segunda, no Arpoador”, contou a jornalista Joyce Castello.
Joyce então pagou a passagem para que Élita voltasse ao Espírito Santo e, após pouco mais de seis horas de viagem, a capixaba chegou na rodoviária de Cachoeiro de Itapemirim, por volta das 16h. Só houve espaço para emoção. “Senti que minha família me ama e tava aguardando por mim aqui, esperando por mim", conta Élita emocionada.
Edineia Garcia Ravera, irmã da capixaba então desaparecida, relata que não sabia que a familiar estava no Rio de Janeiro. Segundo a moradora de Cachoeiro, a última informação que tinham é que Élita estava em Piúma, no Sul do Espírito Santo, morando sozinha. Após a mobilização da família para encontrá-la, uma ex-chefe da capixaba entrou em contato com os familiares, que só então souberam que ela não estava no Espírito Santo e em situação de rua no Estado fluminense.
"Eu não conseguia dormir direito, ficava sonhando com ela direto. Quando chovia, eu perguntava: ‘Meu Deus, como a minha irmã tá? Será que ela tá comendo, será que ela tá bebendo? Será que alguém tava fazendo mal para ela?’ Para mim foi um desespero total saber que minha irmã tava perdida”, conta Edineia.
Enquanto isso, Élita dormia na areia das praias do Rio de Janeiro, tentando se manter segura mesmo estando nas ruas. “Quando eu lembrava [da família] a lágrima descia, mas aí algo falava: ‘Fica tranquila que eles estão bem. Só estão muito preocupados. Seu filho chora muito. Vou arrumar um jeito para você voltar ao Espírito Santo", conta a capixaba.
Em entrevista à reportagem de A Gazeta em fevereiro, a irmã Edineia contou que Élita não tem nenhum diagnóstico de doença psicológica, mas apresentava recentemente surtos agressivos. Além da Taynara, a capixaba também tem mais três filhos: de 22, 18 e 8 anos.
Agora, já ao lado da família, o que Élita quer é se restabelecer profissionalmente e aproveitar a família. O sonho da filha Taynara, de 15 anos, é um pouco mais simples: “levar ela na igreja, passear, cuidar bem dela, ficar bem pertinho dela [...] Quero dizer para ela que ela é muito forte, que a gente já sofreu bastante na vida, mas eu amo ela”, finaliza a filha, sem desgrudar da mãe emocionada.
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