A pandemia não acabou e, entre os capixabas que perderam a vida devido à Covid-19 nessa segunda-feira (16), está a gestora de redes sociais Veridiana Duarte de Oliveira, de 34 anos. Moradora de Vitória, Veridiana conhecida como Veri era noiva e em março desmarcou o seu casamento, que estava programado para ocorrer neste mês de novembro.
Ela e o noivo, o professor Vinícius Telles, se casariam no dia 13 de novembro, dia em que Veri por uma triste coincidência da vida já estava internada na UTI do Hospital Dr. Jayme Santos Neves, na Serra, devido a complicações da doença. Em março deste ano, os dois, que estavam juntos há cinco anos, decidiram adiar o sonho do casamento quando os primeiros casos da doença começaram a surgir no Espírito Santo.
"Infelizmente, não deu mesmo. Logo no início, quando começaram a fechar os estabelecimentos, decidimos desmarcar. E optamos por não agendar por enquanto por não saber como ficaria. Estávamos esperamos sair uma vacina ou a pandemia ficar mais sob controle, mas estávamos planejando tudo e seria no próximo ano, o mais rápido que desse", contou, chorando, o professor após enterrar Veri no cemitério Jardim da Paz, na Serra.
Veridiana começou a sentir os sintomas no dia primeiro de novembro, inicialmente febre e uma tosse contínua. Segundo Vinícius, a doença foi "rápida e avassaladora". No dia 5 de novembro, a gestora de redes sociais que também vendia bolos e caixas de café-da-manhã tomou os primeiros medicamentos, ainda em casa. No sábado do dia 7 de novembro, sentiu uma forte dor no peito e foi a um pronto-atendimento, retornando para casa após ser atendida. No domingo, dia 8, o quadro se agravou e Veri passou a sentir falta de ar.
Dois dias depois, Veridiana já estava intubada na UTI do Hospital Dr. Jayme Santos Neves, onde ficou internada até a noite desta segunda-feira (16), quando morreu. Segundo seu noivo, ela faleceu após ter uma parada cardíaca devido a complicações causadas pela Covid-19. Por ter obesidade, Veri era considerada do grupo de risco e precisou de lutar contra uma pneumonia que surgiu devido ao coronavírus.
De acordo com Vinícius, Veri era consciente, tinha medo de se contaminar pelo coronavírus e sempre pedia aos familiares e amigos que se cuidassem. Era daquelas pessoas que até discutiam na fila do supermercado se os clientes não respeitassem o distanciamento social. Nos últimos meses, estava trabalhando em uma campanha eleitoral no município de Cariacica. Segundo o professor, ela respeitava todas as medidas de prevenção, mas não via os mesmos cuidados entre os moradores na rua.
"A Veri relatava que era muito comum ver moradores sem máscara. E quando você não usa máscara, acaba colocando outras vidas em risco. Infelizmente, as pessoas relaxaram até nos cuidados mais básicos, mas o coronavírus continua aí e os números estão aumentando", alerta o professor.
Abalado, Vinícius fez um apelo para que os capixabas retomem os cuidados contra a Covid-19: "Todo cuidado é pouco. A Veri tinha todo cuidado e infelizmente aconteceu isso. Que não aconteça mais com outras famílias. A doença é rápida, avassaladora e se não nos cuidarmos, mais pessoas como Veri podem morrer. É um momento para a gente se cuidar".
Veri está entre os mais de 4 mil mortos pela Covid-19 no Espírito Santo. Até o balanço divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) nesta segunda-feira (16), 4.030 pessoas morreram no Espírito Santo após serem contaminadas pelo coronavírus. O Estado já registrou mais de 170 mil casos da doença.
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