Foi em uma viagem de trabalho voluntário para Moçambique, país da África, que a engenheira ambiental Luciana de Paiva Paula, de 34 anos, conheceu Olga, que em um futuro próximo se tornaria filha dela. Após um processo de adoção que durou quase um ano, a moradora de Vila Velha atualmente se dedica a uma marca de bolsas criada com o intuito de ajudar comunidades carentes.
Luciana é mineira, mas mora no Espírito Santo há cinco anos. Em 2018, ela foi para Moçambique com uma Organização Não Governamental (Ong). "Fui fazer trabalho voluntário. Minha atividade era recreação com crianças e conheci a Olga logo no início. Me apaixonei por ela, mas eu não conhecia a história, não sabia que ela era órfã de mãe", contou.
Olga fazia parte de uma escola criada na comunidade dela pela ONG. A bisavó da menina viu o apego que Luciana criou pela criança e começou a dar apoio ao processo de adoção.
"Contratei advogados, fiquei aqui no Brasil cuidando da documentação; em março de 2019 voltei para Moçambique e entrei com o processo de adoção. Fiquei mais 30 dias lá, passei por algumas audiências e voltei para o Brasil para deixar o processo desenrolar. Em agosto, a juíza me intimou para concluir o processo e em meados de outubro já voltei com a Olga", detalhou a engenheira.
Após o processo concluído em Moçambique, Luciana homologou a adoção no Brasil. Seis meses depois, tudo foi finalizado. Olga, que chegou ao Brasil com 5 anos e atualmente tem 8.
De acordo com Luciana, a adaptação de Olga no Brasil foi tranquila. "Obviamente, quando ela chegou estranhou um pouco a cultura, as comidas, mas foi tranquilo. Ela é uma criança muito doce, alegre, animada. O que ela mais gosta de fazer é dançar e fazer natação. Ela adora uma praia, por isso que a gente continua no Espírito Santo."
Desde a primeira vez que foi para Moçambique, Luciana teve vontade de criar alguma iniciativa para ajudar a população local. Ela chegou a pensar em fundar uma ONG, mas, dadas as dificuldades para angariar doações, principalmente no período da pandemia, fez ela ter outra ideia.
Com a mala cheia de capulanas, a engenheira voltou para o Espírito Santo e começou a lançar as primeiras coleções. Hoje, a Olga Store tem as bolsas com tecido comum, mas, uma vez por ano, lança a coleção África, com as estampas características de Moçambique.
A cada bolsa comprada, um par de sapatos é doado para parceiros que enviam os calçados para regiões carentes. "Já doamos para o Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Roraima, Amazonas, Moçambique e Tanzânia", revelou Luciana.
O objetivo para o futuro é, com o lucro da loja online, perfurar poços de água. "O propósito primordial da marca é a perfuração dos poços de água, aqui no Sertão do Nordeste e em Moçambique, mas a gente ainda não tem lucro para isso. Um poço artesiano que antes da pandemia custava R$ 15 mil, hoje custa o dobro", disse.
Em julho deste ano, a Olga Store ficou em segundo lugar na 6ª Edição do Programa FedEx para Micro e Pequenas Empresas no Brasil. Com o prêmio de R$ 100 mil, ela montou a estrutura aqui no Espírito Santo para fabricação própria das bolsas.
A próxima coleção, que será lançada ainda este mês, já foi fabricada pela equipe em terras capixabas.
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