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Após adotar criança na África, moradora do ES cria marca com causa social

Após adotar criança na África, moradora do ES cria marca com causa social

A engenheira ambiental Luciana de Paiva Paula conheceu a pequena Olga, em Moçambique, durante um trabalho voluntário no país. Com o projeto, a cada bolsa vendida, um par de calçados é doado; veja a história

Publicado em 4 de novembro de 2022 às 19:08

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Engenheira ambiental Luciana de Paiva Paula - adoção - moçambique
Luciana e a filha Olga mostram as bolsas da marca criada em homenagem à criança. (Vítor Vinte)
Júlia Afonso
Repórter / [email protected]

Foi em uma viagem de trabalho voluntário para Moçambique, país da África, que a engenheira ambiental Luciana de Paiva Paula, de 34 anos, conheceu Olga, que em um futuro próximo se tornaria filha dela. Após um processo de adoção que durou quase um ano, a moradora de Vila Velha atualmente se dedica a uma marca de bolsas criada com o intuito de ajudar comunidades carentes.

Luciana é mineira, mas mora no Espírito Santo há cinco anos. Em 2018, ela foi para Moçambique com uma Organização Não Governamental (Ong). "Fui fazer trabalho voluntário. Minha atividade era recreação com crianças e conheci a Olga logo no início. Me apaixonei por ela, mas eu não conhecia a história, não sabia que ela era órfã de mãe", contou.

Olga fazia parte de uma escola criada na comunidade dela pela ONG. A bisavó da menina viu o apego que Luciana criou pela criança e começou a dar apoio ao processo de adoção.

Após adotar criança na África, moradora do ES cria marca com causa social
Engenheira ambiental Luciana de Paiva Paula - adoção - moçambique
Luciana e a filha Olga mostram as bolsas da marca criada pela engenheira. (Vítor Vinte)

"Contratei advogados, fiquei aqui no Brasil cuidando da documentação; em março de 2019 voltei para Moçambique e entrei com o processo de adoção. Fiquei mais 30 dias lá, passei por algumas audiências e voltei para o Brasil para deixar o processo desenrolar. Em agosto, a juíza me intimou para concluir o processo e em meados de outubro já voltei com a Olga", detalhou a engenheira.

Após o processo concluído em Moçambique, Luciana homologou a adoção no Brasil. Seis meses depois, tudo foi finalizado. Olga, que chegou ao Brasil com 5 anos e atualmente tem 8.

Amor pelo mar

De acordo com Luciana, a adaptação de Olga no Brasil foi tranquila. "Obviamente, quando ela chegou estranhou um pouco a cultura, as comidas, mas foi tranquilo. Ela é uma criança muito doce, alegre, animada. O que ela mais gosta de fazer é dançar e fazer natação. Ela adora uma praia, por isso que a gente continua no Espírito Santo."

Aspas de citação

De comida ela ama pizza com pimenta. A pizza baiana é a preferida, por ser apimentada. Ela é muito ativa, gosta de brincar com outras crianças, principalmente quando vê algum bebê. Em Moçambique ela tinha esse costume, de cuidar de crianças mais novas

Luciana de Paiva Paula
Mãe de Olga e engenheira ambiental
Aspas de citação

Propósito social

Luciana de Paiva Paula mostra bolsas
A cada bolsa da Olga Store vendida, um par de sapatos é doado. (Vítor Vinte)

Desde a primeira vez que foi para Moçambique, Luciana teve vontade de criar alguma iniciativa para ajudar a população local. Ela chegou a pensar em fundar uma ONG, mas, dadas as dificuldades para angariar doações, principalmente no período da pandemia, fez ela ter outra ideia.

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Entre as minhas idas e vindas, muita gente pedia a capulana, que é um tecido africano bem estampado. Todas as vezes que eu ia, o pessoal pedia para eu trazer. Me veio então a ideia de criar uma marca de bolsas e sapatos com essas estampas

Luciana de Paiva Paula
Engenheira ambiental e empreendedora
Aspas de citação

Com a mala cheia de capulanas, a engenheira voltou para o Espírito Santo e começou a lançar as primeiras coleções. Hoje, a Olga Store tem as bolsas com tecido comum, mas, uma vez por ano, lança a coleção África, com as estampas características de Moçambique.

A cada bolsa comprada, um par de sapatos é doado para parceiros que enviam os calçados para regiões carentes. "Já doamos para o Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Roraima, Amazonas, Moçambique e Tanzânia", revelou Luciana.

O objetivo para o futuro é, com o lucro da loja online, perfurar poços de água. "O propósito primordial da marca é a perfuração dos poços de água, aqui no Sertão do Nordeste e em Moçambique, mas a gente ainda não tem lucro para isso. Um poço artesiano que antes da pandemia custava R$ 15 mil, hoje custa o dobro", disse.

Projeto premiado

Em julho deste ano, a Olga Store ficou em segundo lugar na 6ª Edição do Programa FedEx para Micro e Pequenas Empresas no Brasil. Com o prêmio de R$ 100 mil, ela montou a estrutura aqui no Espírito Santo para fabricação própria das bolsas. 

Luciana de Paiva Paula na produção das bolsas
Agora, a "Olga Sotore" tem uma loja online e também uma fábrica no Espírito Santo. (Vítor Vinte)

A próxima coleção, que será lançada ainda este mês, já foi fabricada pela equipe em terras capixabas.

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