O corregedor-geral da Polícia Militar do Espírito Santo (PMES), coronel Moacir Leonardo Vieira Barreto Mendonça, foi exonerado do cargo. Além dele, outros três coronéis também tiveram alteração de suas funções, segundo boletim extraordinário da corporação publicado nesta segunda-feira (13) e no último dia 6.
Os quatro fazem parte do grupo de 15 coronéis, todos membros do alto comando da corporação, que assinaram carta enviada ao secretário de Segurança Pública, Alexandre Ramalho, onde relatam insatisfação com a gestão da PM, cobram, entre outros pontos, mais diálogo com o governo do Estado e a concessão do reajuste pleiteado.
Barreto, que já ocupou o cargo de comandante da PMES no início da administração de Renato Casagrande, e atuava como corregedor, com funções como a investigação dos atos disciplinares, segundo o previsto no decreto 4.970 de 2021:
“A Corregedoria é o órgão correicional, investigativo criminal e disciplinar, responsável pela coordenação, aplicação, padronização dos procedimentos administrativos e disciplinares, prevenção e fiscalização das atividades funcionais e da conduta profissional, dentro das normas, regulamentos e dos princípios constitucionais, visando ao aprimoramento da ética, dos valores, da disciplina e da hierarquia entre os integrantes da Corporação, bem como a administração e funcionamento do presídio militar”, diz o texto do decreto.
Vai agora ocupar o cargo de controlador da PM. Em seu lugar assume o coronel Sérgio Pereira Ferreira, que era o diretor de Tecnologia e Informação e Comunicação. Um nome que não estava entre os 15 que assinaram o documento.
Nesta segunda-feira (13) também foi publicada a exoneração do coronel José Piccoli de Almeida do cargo de controlador. Com a mudança ele passará a ocupar a função de diretor de Tecnologia e Informação e Comunicação.
Piccoli foi um dos 15 coronéis que assinaram a carta com as reclamações. Em 2018, quando ocupava a função para a qual retorna, ele fez um discurso defendendo melhores condições de salário para a tropa, gerando uma crise na cúpula da segurança estadual.
Na semana anterior, no dia 6, também em publicação extraordinária do Boletim Geral da PM, foram movidos de função outros dois coronéis que assinaram a carta enviada a Ramalho.
Um deles é o coronel Carlos Ney de Souza Pimenta, que atuava como comandante de Policiamento Ostensivo Especializado (CPOE) e foi enviado para o 6° Comando de Polícia Ostensiva Regional (CPOR).
Já o coronel Laurismar Tomazelli, que atuava no 6° Comando de Polícia Ostensiva Regional (CPOR), foi destinado ao comando do Policiamento Ostensivo Especializado (CPOE). Na semana anterior a informação era de que “eles haviam solicitado a troca”.
Enviada ao secretário de segurança pública do Estado, Alexandre Ramalho, no dia 1º deste mês, a manifestação foi endossada pelos seguintes coronéis:
No último dia 6, o governador Renato Casagrande, após a divulgação da carta, disse que não havia ambiente para nova greve na PM - um dos pontos apontados na correspondência - , que as queixas dos coronéis já estão sendo discutidas internamente e que a categoria precisa se animar com as conquistas.
"É bom solicitar reajuste e ter outras demandas, mas é importante que reconheçam o que foi feito, porque se não se animar com o que foi feito, vai ficar eternamente insatisfeito", informou o governador.
Por meio de nota, a PMES informou que "mudanças em diretorias e comandos operacionais fazem parte da rotina da Corporação e são atribuição do Comando-Geral, sempre baseadas na melhor gestão da instituição e no interesse público". Pontuou também que "as alterações não possuem relação com o fato citado (carta dos coronéis ao secretário de segurança pública do Estado), que já foi devidamente tratado com os coronéis internamente".
Por fim, o posicionamento da PM também ressaltou que todos os coronéis possuem competência para exercer qualquer uma das funções administrativas e operacionais dentro da Corporação durante a carreira e não há nenhum tipo de irregularidade nas trocas realizadas rotineiramente.
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