Depois de dois meses, o Espírito Santo voltou a registrar nesta quarta-feira (21) mais de mil casos de novos infectados pelo coronavírus em intervalo de 24 horas. A marca não era superada desde o dia 20 de agosto, quando foram divulgados 1.079 novos diagnósticos positivos.
Conforme a atualização mais recente do Painel Covid-19, o Estado somou 1.162 confirmações da doença ao total registrado desde o início da pandemia. A alta é significativa diante das últimas semanas, tendo em vista que durante os meses de setembro e outubro somente cinco dias registraram mais de 900 novos casos.
O médico infectologista Carlos Urbano não descarta que o aumento esteja relacionado ao Feriado de Nossa Senhora Aparecida, celebrado em 12 de outubro. No entanto, ele vê esse dado mais atrelado à mudança do comportamento do capixaba, de maneira geral.
A mesma causa também foi apontada pelo infectologista Lauro Ferreira Pinto. "Existe uma fadiga do confinamento, observada desde a segunda quinzena de setembro. Muitas pessoas estão exaustas e se expondo, mas o coronavírus continua circulando e os casos voltaram a subir", explica.
Segundo o especialista, mesmo com a alta no número de casos, os óbitos não subiram, já que boa parte das infecções está ocorrendo em jovens. Entretanto, ele alerta que é preciso cuidado. "Ainda temos mortes que poderiam ser evitadas. Essa garotada tem pai, mãe, avô e avó que podem não resistir à doença", ressalta.
Os dois infectologistas também concordam que, apesar do relaxamento por parte da população, não é hora do governo estadual voltar com medidas de restrições sociais ou econômicas. "Temos que ir observando os números por um período maior e ver se será necessária alguma atitude", defende Carlos Urbano.
Por isso, por enquanto, é tão necessária a conscientização de cada capixaba. "Não adianta se encher de álcool em gel, tirar o sapato fora de casa ou colocar a roupa para lavar se as pessoas continuarem aglomerando. A volta à vida normal precisa acontecer com alguma distância", afirma Lauro Pinto.
Chefe de vigilância epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), Larissa Dell'Antonio garantiu que o número mais alto é consequência das iniciativas que ampliaram a testagem no Estado. "Hoje, toda a população com sintomas é testada. Além dos contatos intra domiciliares de cada positivado", explicou.
Questionada, ela não soube dizer qual a taxa de positividade atual do Espírito Santo. Ou seja, quantos dos testes realizados têm dado positivo e que permitiria uma comparação com períodos anteriores. A Gazeta solicitou esses dados à Sesa, responsável pelo Laboratório Central (Lacen). Essa matéria será atualizada assim que houver retorno.
Na entrevista, Larissa Dell'Antonio também aproveitou para reforçar a importância das medidas de distanciamento social. "Precisamos lembrar dessas regras e da etiqueta respiratória. A distância mínima, o uso de máscara e a higienização das mãos precisam fazer parte do nosso cotidiano", afirmou.
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