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Após duas semanas de quarentena, taxa de isolamento segue baixa no ES

Após duas semanas de quarentena, taxa de isolamento segue baixa no ES

Enquanto o número de pessoas contaminadas cresce, percentual de capixabas em casa não atinge a marca desejada pelo governo

Publicado em 1 de abril de 2021 às 15:10- Atualizado há 4 anos

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 Capixabas ignoram decreto, furam quarentena e lotam praias na Grande Vitória
Capixabas ignoram decreto, furam quarentena e lotam praias na Grande Vitória . (Fernando Madeira)

O Espírito Santo completou, nesta quinta-feira (01),  15 dias de quarentena, período marcado por medidas restritivas que têm por objetivo reduzir a circulação de pessoas no Estado. Mas apesar de todos os apelos de autoridades e especialistas, o número de contaminados pela Covid-19 segue alto e a taxa de isolamento social abaixo do esperado.

A expectativa do Governo do Estado era atingir pelo menos 50% de isolamento, o que corresponde a metade da população em casa (ou cinco em cada 10 pessoas). No entanto, essa marca só foi atingida em dois dias: nos últimos dois domingos, dias 21 e 28 de março. O índice está ainda mais longe do que o considerado ideal pelos especialistas, que seria 70% de isolamento (ou sete em cada 10 pessoas em casa).

Dados do painel de isolamento social da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) mostram que quando a quarentena começou, a taxa de isolamento era de 44%. Nos dias que se seguiram, o número de pessoas em casa cresceu de forma lenta e atingiu 52,91% no dia 21 de março, com pouco mais da metade da população.

Após o primeiro domingo da quarentena, no entanto, a taxa de isolamento voltou a despencar e variou ao longo da semana entre 44% e 47%, até voltar a ultrapassar os 50%. No último domingo, dia 28 de março, o Estado atingiu seu índice mais alto, 54,10%, mas a taxa voltou a cair ao longo desta semana. Nesta terça (30), apenas 46,87% dos capixabas estavam em casa. 

NÚMERO DE CONTAMINADOS CONTINUA ALTO

A taxa de isolamento é medida através do deslocamento dos aparelhos de telefone celular, por isso, na visão de especialistas, é um indicador sujeito a muitas alterações. Para a epidemiologista e pesquisadora da Ufes, Ethel Maciel, o dado mais importante a se considerar é a taxa de contaminados. E esse índice, infelizmente, segue alto. 

"O que a gente precisa observar é que não havendo mudança nos critérios de testagem, como não tivemos nessas últimas semanas, e a gente mantendo o número de novos casos por dia, isso significa que nós estamos mantendo uma transmissão ainda muito alta. Esse indicador de transmissão, de testes positivos diários, é um indicador mais preciso nesse momento. Através dele tem como pensar que em torno de 15 a 20% das pessoas contaminadas vão precisar de uma internação e um percentual desses vai evoluir para óbito, variando de faixa etária", explica Ethel. 

OCUPAÇÃO DAS UTIS 

A pressão por leitos de UTI deve seguir alta nas próximas semanas. De acordo com o secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, a ocupação hospitalar está longe de chegar aos 80% considerados suportáveis. Ainda na próxima semana, existe a expectativa do Estado registrar a maior média móvel de óbitos de toda a pandemia.

"Nós vivemos uma situação extremamente crítica. A cada semana que passa, o Espírito Santo não estabiliza o comportamento da doença. O número de casos e de pessoas internadas continua crescendo", afirmou o secretário em coletiva de imprensa nesta semana.

A epidemiologista Ethel Maciel também não vê um cenário muito animador pela frente. "Temos pessoas ficando internadas por mais tempo. Ainda estamos com um número de casos novos muito alto, o que ainda vai se refletir em internação e óbito", avalia.

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Cansamos de contar, todo dia, o número de óbitos por uma doença infectocontagiosa que pode ser evitada desde que cada pessoa compreenda o risco de contrair a doença e infectar uma pessoa querida. O isolamento não é só para quem está doente. Só devemos sair se for extremamente essencial

Nésio Fernandes
Secretário Estadual de Saúde 
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