Os rappers expulsos de um voo da Latam Airlines com destino a Vitória na manhã deste sábado (19) conseguiram retornar ao Espírito Santo. Com isso, a programação da 1ª edição da Matrix Rap Festival, para o qual eles viriam, foi mantida, em Cariacica. As assessorias do evento e dos artistas confirmaram à reportagem de A Gazeta que o novo embarque ocorreu no fim da tarde.
A companhia aérea alegou que as expulsões foram necessárias porque passageiros se recusaram a utilizar máscara de proteção contra a Covid-19. Mesmo com o uso não obrigatório em alguns Estados, o equipamento de proteção ainda é exigido nas aeronaves. Um dos artistas, o PL Quest, alegou discriminação racial no tratamento dado pela empresa.
A reportagem conversou com a assessoria dos rappers, que afirmou que algumas pessoas da equipe realmente abaixaram as máscaras ao se acomodarem no avião. No entanto, alega que “sem critério algum, a equipe da Latam retornou para o Rio de Janeiro e expulsou 30 pessoas”, e que "outros passageiros sem máscara, não pertencentes ao grupo, sequer foram notificados". A companhia aérea ainda não informou quantas pessoas foram retiradas da aeronave.
Ainda de acordo com a assessoria dos rappers, foram três artistas expulsos, e não quatro, como foi divulgado anteriormente: Bielzim, PL Quest e Oraum. Circulou nas redes sociais que "Chefin" também havia sido retirado da aeronave, mas a assessoria disse que "ele estava de máscara, longe do grupo e não foi notificado".
Em nota enviada anteriormente, a Latam informou “que a aeronave do voo LA3183 (Rio de Janeiro/Santos Dumont-Vitória) deste sábado (19) precisou retornar ao aeroporto de origem em função de comportamento indisciplinado de um grupo de passageiros que se recusaram a usar máscara. A aeronave pousou normalmente, em completa segurança.”
A assessoria dos artistas afirmou que o atrito ocorreu após "alguns passageiros cobrarem enfaticamente o uso de máscara e serem invasivos, e os rappers se sentiram desrespeitados" e que "a Latam reconheceu o erro (de expulsão) e deu uma cortesia de passagem para as 18h para todos que foram expulsos". A reportagem demandou a companhia aérea para checar essa informação. Assim que houver retorno, a publicação será atualizada.
Um dos rappers expulsos do avião, PL Quest divulgou um vídeo nas redes sociais e tratou o caso como discriminação racial.
Um leitor de A Gazeta que estava no voo também relatou que pessoas sem máscaras permaneceram na aeronave, sem expulsão. “O avião voltou por causa de pessoas que estavam sem máscara, mas ninguém conseguiu identificar. Havia três pessoas à minha frente, fazendo chacota, e quando a Polícia Federal entrou, tiraram só as pessoas pretas. Eu fiquei arrepiada, deu vontade de chorar. Não tiraram os brancos", disse.
Em nota enviada mais cedo, a respeito da acusação sobre racismo, a Latam informou “que repudia veementemente qualquer tipo de ofensa e reitera que qualquer opinião que contrarie o respeito não reflete os valores e os princípios da empresa."
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