Depois de mais de dois meses com o ritmo de contágio (Rt) do novo coronavírus no Espírito Santo acima de 1, dados compilados pelo Núcleo Interinstitucional de Estudos Epidemiológicos (NIEE), que correspondem à realidade na pandemia no dia 9 de abril, apontam que os índices de contaminação estão reduzindo no Estado.
A expectativa é sempre a de que o Rt se mantenha abaixo de 1, o que representa que o ritmo de contágio está desacelerando. Quando o número está acima de 1, significa que a transmissão está aumentando. O dado mais recente corresponde ao dia 9 de abril, quando a taxa estava 0,68, ou seja, 100 infectados eram capazes de transmitir o vírus para mais 68 pessoas.
A última vez que os índices foram registrados abaixo de 1 foi no dia 19 de fevereiro, quando o Rt era 0,84. Neste caso, 100 pessoas doentes transmitiam a doença para outras 84. O resultado foi comemorado pelo governador Renato Casagrande em uma rede social e também durante o pronunciamento oficial realizado na noite desta sexta-feira (30).
“Hoje tive condições de anunciar que, depois de 2 meses, temos um RT abaixo de 1. Significa que estamos em queda com relação à pandemia. Quando você tem um número de pessoas contagiadas que contagiam um número menor, a tendência é reduzir o número de pessoas contagiadas, internadas, e consequentemente, pessoas perdendo a vida", comentou o governador.
O professor do Departamento de Matemática da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e membro do NIEE, Etereldes Gonçalves, atribui a redução à quarentena iniciada no dia 18 de março, ao comportamento da população e aos efeitos da vacinação contra o coronavírus.
“Os indicadores apontam que a quarentena também concorre para que esses efeitos aconteçam. Quando os dados ficam mais alarmantes a população se retrai naturalmente. Tem ainda o fator natural da contaminação, que quanto mais gente contaminada, menor a população suscetível. Soma-se a isso tudo, o fator vacinação”, elencou o professor.
Para o diretor de Integração e Projetos Especiais do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Pablo Lira, os números também representam uma desaceleração do contágio no Espírito Santo. No entanto, segundo ele, as medidas qualificadas determinadas na matriz do Mapa de Risco devem ser seguidas nos municípios capixabas.
“Não podemos relaxar os cuidados. Devemos manter a prudência porque se seguirmos as medidas da matriz do Mapa de Risco, usar máscara, álcool e sem aglomeração, vamos manter essa taxa abaixo de 1 ao longo das próximas semanas", explicou Lira.
No caso da Grande Vitória, no dia 9 de abril, o Rt era 0,69, quando 100 pessoas infectam 69. A última vez que o dado foi menor que 1, foi dia 19 de fevereiro, quando a taxa era 0,58. Isto quer dizer que um grupo de 100 indivíduos poderia atingir mais 58.
Nos municípios do interior do Estado, o relatório do Núcleo Interinstitucional aponta que no dia 9 de abril a taxa de transmissão da região era 0,68, ou seja, 100 pessoas contaminavam 68. No dia 12 de fevereiro, a taxa era 0,81, quando o mesmo grupo formado por 100 pessoas podia infectar outras 81. A data representava o último registro com Rt abaixo de 1.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta