Após a paralisação do Sindicato dos Rodoviários (Sindirodoviários) em protesto pela volta dos cobradores aos coletivos, a Grande Vitória teve registros de terminais e pontos de ônibus lotados durante a manhã desta sexta-feira (10). O ato teve início ainda na madrugada desta sexta e durou até as 7h30, quando os primeiros veículos começaram a sair das garagens.
Mesmo algumas horas depois da liberação dos ônibus nesta manhã, ainda foram registradas aglomerações em pontos de ônibus e em terminais rodoviários da Região Metropolitana. Nos terminais de Itacibá - onde a Polícia Militar chegou a intervir para auxiliar no embarque dos usuários do Sistema Transcol - e Campo Grande, em Cariacica, foram observadas grandes filas.
Pontos de ônibus em Vitória estavam lotados. Na Vila Rubim, próximo ao Centro da Capital, também foram registradas aglomerações de pessoas esperando pelos coletivos. Em meio à pandemia da Covid-19, alguns usuários do Transcol não tiveram como respeitar o distanciamento social devido ao número de pessoas no mesmo espaço.
O Sindicato dos Rodoviários vêm realizando protestos em sequência pedindo a volta dos cobradores que foram afastados durante a pandemia da Covid-19. Nesta quinta-feira (9), uma passeata foi realizada pelas ruas de Vitória. Neste ato, saíram da sede do sindicato na Avenida Vitória e foram até o Palácio Anchieta, no Centro.
Em entrevista à TV Gazeta, o secretário de Estado de Mobilidade Urbana e Infraestrutura (Semobi), Fábio Damasceno, criticou o ato que chamou de "desproporcional". Segundo ele, o sindicato prejudica a população fazendo manifestações como essa.
"Mais uma vez uma ação desproporcional e sem sentido que só prejudica a população. Por que avisaram que dia 13 vai ter uma paralisação dos tanqueiros, dos caminhões, e no Sistema Transcol não existe nenhum aviso? O sindicato não tem responsabilidade fazendo esse tipo de manifestação", disse.
Perguntado sobre a reivindicação do sindicato, que pede o retorno dos cobradores e alega que os mesmos têm a função de auxiliar o motorista durante a viagem, o secretário rebateu. Disse que isso é algo deturpado pela entidade, e que com a chegada das novas tecnologias não há mais a necessidade da função do cobrador dentro dos ônibus. Ainda assim, disse que alguns devem retornar no próximo ano e que as empresas estão oferecendo cursos de qualificação para os demais.
"O cobrador fazia somente a cobrança da passagem. Hoje, o sindicato está deturpando essa visão, falando que o cobrador era auxiliar. O próprio sindicato nunca deixou o cobrador fazer nenhuma outra função, pois falavam que era desvio de função. Nós temos fiscais e outros auxiliares que trabalham dentro do Transcol. E hoje a tecnologia veio para auxiliar a população com mais de 300 postos de revenda. Então, você não tem a necessidade da função do cobrador propriamente dentro dos ônibus", disse.
E completou: "Não vão voltar neste momento. Nós temos um plano de ação. Precisamos fazer toda a vacinação completa. Nós falamos que temos disposição do retorno de alguns cobradores em alguns ônibus a partir do ano que vem, onde devemos ter uma redução maior da pandemia".
Sobre a fala de representantes do sindicato de que, caso a pauta da entidade não seja atendida, novas paralisações serão realizadas, o secretário foi enfático em dizer que tanto o governo estadual quanto as empresas de transporte irão acionar a Justiça para evitar que novos protestos como esse aconteçam.
"Por meio judicial. Nós estamos junto com a Procuradoria-Geral do Estado, com as próprias empresas prestadoras de serviços, em ações judiciais para impedir esse tipo de abuso contra a população da Região Metropolitana. Nós não podemos ter isso mais aqui no sistema de transporte", concluiu.
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