A quarentena que o governo do Estado impôs entre os meses de março e abril, para conter o crescimento acelerado de casos de Covid-19 no Espírito Santo, com quadros graves e elevado número de mortes, demonstrou ter surtido efeito. Os indicadores apontam que as medidas restritivas para atividades econômicas e sociais contribuíram para a redução da transmissão do Sars-Cov-2 (coronavírus) em território capixaba e também para a queda da média móvel de óbitos.
Assim afirmou o governador Renato Casagrande em pronunciamento na noite desta sexta-feira (23), com a apresentação de uma série de gráficos que revelaram o comportamento da Covid-19 no Estado.
Em um gráfico de setas, Casagrande demonstrou a tendência de crescimento do número de casos da doença em diferentes fases da pandemia. A situação mais grave se apresentava justamente no período de fevereiro a março deste ano, num cenário pior do que os três primeiros meses da crise sanitária em 2020. Com a adoção da quarentena, de 18 de março a 4 de abril, a seta se moveu na direção de um período da pandemia (setembro a dezembro) em que menos pessoas foram infectadas.
Outro recurso que o governador usou foi o painel desta sexta com os casos confirmados de Covid-19. Embora o registro de encerramento da semana seja apenas aos sábados, a redução até o momento se mostrou significativa.
"Na semana número 11 (uma antes de começar a quarentena), nós tínhamos 14.745 casos confirmados. Chegamos a mais de 16 mil. Estamos fechando esta semana com 5.284 confirmados. Saiu de 16 mil, vai fechar a semana amanhã, chegar perto de 6 mil. São quase 10 mil casos a menos", comparou Casagrande.
O governador mencionou ainda o volume de casos ativos, ou seja, de infectados pelo coronavírus que estão num estágio ainda capazes de transmitir para outras pessoas. "Outro dado que mostra como as medidas foram importantes é o número de casos ativos há 28 dias. Chegamos a quase 18 mil e vamos fechar essa semana com 10 a 11 mil."
Com menos casos, também diminui a pressão sobre o sistema de saúde, o que se refletiu na taxa de ocupação de leitos hospitalares. Já fazia mais de um mês que o indicador era superior a 90%, o que levou o Espírito Santo todo a ingressar no risco extremo de transmissão da Covid-19 e a adotar a quarentena em março. Nesta sexta-feira, o Estado registrou 89,22% de UTIs ocupadas, possibilitando que a maioria dos municípios capixabas saísse do nível mais grave de contágio no mapa de risco.
A tendência, na avaliação de Casagrande, é manter a redução da ocupação de leitos pela queda na quantidade de casos e também pela expansão que o governo fez para atender os pacientes com a Covid-19. Ele disse que, se o governo não tivesse tomado a decisão da quarentena, pacientes teriam morrido sem nenhum atendimento.
De todos os indicadores da Covid-19, Casagrande observou que o de óbitos é o último a ceder. "Mas na média de 14 dias, ela já cedeu pela primeira vez. Na semana epidemiológica passada (dia 16) estava em 62,26 e agora está em 60,64. É um número que nos deixa triste. São, em média, 60 pessoas por dia. Cada vida que se perde é uma pessoa em luto. Precisamos continuar lutando para ir a zero. Nos óbitos da 11 ªsemana epidemiológica, quando começamos a quarentena, tínhamos 248. Foi crescendo e chegou a 490. Mas já começamos a ter queda", pontuou Casagrande.
Por fim, o governador reafirmou que as medidas foram importantes, embora nem sempre agradem a toda a população. "O que fizemos e estamos fazendo tem dado resultados. Como é bom fazer as coisas certas, tomar as decisões corretas. Simpáticas ou antipáticas, o resultado aparece."
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