Para a felicidade (e alívio) de quem nasceu, vive ou se identifica com o Espírito Santo, nas buscas feitas no Google por sinônimo para a palavra "capixaba" não aparece mais a expressão "bandido". A situação constrangedora reportada por A Gazeta nesta quarta-feira (12) deu o que falar nas redes sociais, afinal o povo daqui não se vê na ilicitude. Já nesta quinta-feira (13), os resultados das pesquisas realizadas pouco antes de meio-dia no buscador apresentavam "espírito-santense" em resposta ao que foi digitado.
Um dos que se revoltaram com a situação foi o produtor de conteúdo Bruno Sperandio, de 30 anos. Nascido em Vitória, o "capixaba da gema" aleatoriamente se deparou com a associação pejorativa ao pesquisar por conteúdo para uma série, e não acreditou no que viu na tela do computador.
"Foi na última segunda-feira (10). Eu produzo uns vídeos para meu canal e estava buscando temas e assuntos sobre o Estado. Minha ideia era produzir uma séria batizada de "Sinônimo Capixaba". Aí pesquisei desta forma e veio a palavra 'bandido'. Na hora pensei ter escrito errado. Fiz novamente e deu a mesma coisa. Foi um susto daqueles, imagina só. Capixaba equivaler a bandido? Falei com alguns amigos e pedi que checassem, pois, eu não acreditava no que estava vendo. Imagine só para quem é de fora e pesquisar sobre o povo capixaba? Olha o prejuízo à nossa imagem. Pensei até em acionar o Ministério Público ou algo do tipo para mudar isso aí", contou o jovem, aos risos.
O "causo" motivou o produtor de conteúdo a postar um vídeo mostrando a situação aos demais, além de uma sequência de hashtags, entre elas #capixabanaoebandido e #capixabaputo".
Obviamente, o Google não considera o povo capixaba sinônimo de bandido. Em resposta à reportagem de A Gazeta, a assessoria da multinacional norte-americana lamentou o ocorrido e salientou que levaria a situação aos colaboradores para que as "arestas com os capixabas fossem aparadas".
"Quando as pessoas pesquisam por definições de palavras na busca, com frequência, elas desejam informações de maneira rápida e de fontes confiáveis. Por isso, trabalhamos para licenciar conteúdos de dicionários parceiros, neste caso da Oxford Languages. Não temos controle editorial sobre as definições fornecidas por estes parceiros, mas reconhecemos a preocupação de nossos usuários e vamos transmiti-la aos responsáveis pelo conteúdo. Essa definição será revisada pelo time da Oxford Languages para garantir que todas as informações estejam adequadas", explicou a empresa, em nota.
Ao que parece, a correção foi agilizada e, nos testes feitos pelo celular e também no computador, os termos "capixaba" e "bandido" são, neste momento, como água e óleo: não se misturam.
A reportagem de A Gazeta novamente demandou o Google para entender o que foi feito em relação à problemática "capixabística". A empresa informou que repassou o feedback para a Oxford Languages, o dicionário responsável pelo conteúdo. Assim que existir um detalhamento da situação, a assessoria complementará a resposta.
Mas só para reforçar, capixaba é do bem. Basta não falar mal da nossa moqueca, pois isso sim é crime.
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