Depois de seis meses de treinamento, uma gatinha finalmente pôde voltar para casa. Não, não nos referimos a uma gata comum, dessas que é possível ter como animal de estimação. A personagem desta história é um Leopardus guttulus, conhecido como gato-do-mato e ameaçado de extinção.
A gatinha foi encontrada sozinha, na região do Caxixe, em Venda Nova do Imigrante, Região Serrana do Espírito Santo. Com alguns ferimentos devido a um incêndio, ela foi levada para Parque Estadual da Pedra Azul (Pepaz), em Domingos Martins. A médica veterinária Renata Hurtado lembra que o animal tinha queimaduras nas patas e no bigode.
“Apesar de ser filhote, o animal não estava em fase de amamentação e tinha comportamento agressivo, então foi possível criá-lo sem a necessidade de contato humano intenso. Assim, recebeu os cuidados adequados até sua completa recuperação”, afirma.
Resgatada, a gatinha recebeu todos os cuidados no Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras), do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema). Ao longo dos seis meses de tratamento, o animal cresceu e manteve o comportamento agressivo na aproximação de humanos.
Para que a gatinha pudesse voltar à natureza, foram realizados meses de treinamento com a ajuda dos especialistas em felinos selvagens, Jorge Salomão, da Ong Ampara Silvestre, e de Cristina Adamia, da Associação Mata Ciliar. Em um trabalho intenso, o gato-do-mato teve o recinto em que ficava ampliado e foi treinado para aprender a caçar e sobreviver na natureza.
"Quando consideramos o animal clinicamente apto à soltura, recebemos o apoio dos especialistas, que nos assessoraram na reabilitação e na implementação do treinamento pré-soltura, em especial de caça”, ressaltou a veterinária.
Na última sexta-feira (23), o gato-do-mato voltou para a natureza. O animal foi solto no Parque Estadual do Forno Grande, em Castelo, no Sul do Estado.
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