Um mês após o deslizamento de um barranco que matou o motorista Eliedson Cipriano Araújo, de 28 anos, na área do Hospital Maternidade São José, em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, a Polícia Civil ainda não concluiu o inquérito do caso. Um relatório técnico da Defesa Civil Municipal já apontou que a tragédia, registrada no dia 10 de março, foi causada por conta de um vazamento de um cano da rede de reservatório da unidade hospitalar.
Procurada pela reportagem da TV Gazeta Noroeste, a Polícia Civil informou, nesta segunda-feira (11), que ainda aguarda os laudos da perícia técnica e não tem um prazo para que o inquérito seja finalizado.
A área onde ocorreu o deslizamento continua interditada, sendo proibida a passagem de pedestres ou veículos por parte do pátio do hospital. O local também era usado por ambulâncias da instituição. No dia em que o barranco cedeu, dois veículos que estavam estacionados também foram atingidos.
Vítima da queda do barranco, Eliedson estava acompanhando a esposa, Lariene Farias de Araújo, e o filho de 1 ano do casal que estava internado na unidade. A esposa ficou no quarto do hospital com o menino, e o marido foi para o carro esperar a família até a manhã do dia seguinte, quando o acidente ocorreu.
O homem estava no carro, próximo às ambulâncias, quando a enxurrada de lama o atingiu. Foi uma foto que ele enviou para a esposa, horas antes, que ajudou as equipes a localizarem o corpo embaixo da lama. Na fotografia, uma das ambulâncias, que já havia sido identificada como um dos veículos soterrados, aparece no fundo.
Eliedson morreu no local. O corpo foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros por volta das 9 horas do dia 10 de março, no momento em que máquinas da prefeitura faziam a limpeza do local.
"O relatório técnico da Defesa Civil de Colatina apontou saturação do talude, ocasionada por vazamento de um cano em rede do reservatório.
A saturação do solo potencializou o grau de instabilidade e de risco de uma área vulnerável a deslizamentos de massa de solo, culminando no colapso da estrutura de sustentação das caixas d'água de 15 mil litros cada e posterior rompimento de uma delas, que provocou o carreamento de solo deixando a via de acesso principal do hospital obstruída, além de danos materiais e vítima fatal.
A Defesa Civil recomenda a execução de contenção da área afetada, bem como a manutenção das canaletas existentes e implantação de dispositivos de drenagem pluvial, para garantir a estabilidade da encosta e a segurança no entorno e dos usuários do hospital. Também orienta a intervenção na edificação utilizada como reservatório, bem como a inspeção preventiva das demais estruturas de reservatórios existentes no hospital."
Dias após o deslizamento que matou o motorista, no dia 27 de março, de outro deslizamento foi registrado no mesmo local. O relatório da Defesa Civil e dos bombeiros sobre esse vazamento mais recente mostra que outra falha no reservatório causou o deslizamento. A boia de uma das caixas d'água travou e a água transbordou.
“O Hospital Maternidade São José, desde a data do acidente, adotou uma postura de diálogo e mantém-se solidário ao luto dos familiares, disponibilizando atendimentos médico e psicológico, internamente, instaurou inquérito administrativo, com a intenção de obter total esclarecimento dos fatos.
Além disso, respondeu às demandas enviadas pelas autoridades competentes, com os devidos esclarecimentos. Paralelamente, vem promovendo intervenções na área, a partir das orientações do poder público, com vias a mitigar os riscos e recuperar os locais afetados.”
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