A decisão de antecipar três feriados religiosos para a próxima semana em Vitória teve repercussão negativa da Igreja Católica. Durante a missa realizada neste sábado (27), o arcebispo Dom Dario Campos reclamou não ter sido consultado e nem mesmo comunicado sobre a mudança pelo prefeito da Capital, Lorenzo Pazolini.
Autoridade máxima da Arquidiocese de Vitória, o religioso classificou a atitude como uma "indelicadeza e falta de educação". Na fala que durou mais de quatro minutos, ele afirmou que os católicos foram tratados "como um bando sem rumo, sem direção, como um qualquer. E pior: (por alguém que) se diz católico".
Segundo o arcebispo, ele e o prefeito conversaram durante a noite dessa sexta-feira (26), pouco após a lei ser aprovada na Câmara Municipal. "Ele ficou sem graça, pedindo perdão e dizendo que queria conversar comigo. Disse que não precisava. O que eu tenho para falar é isso: o senhor foi indelicado e sem educação", disse.
Apesar do discurso enfático, Dom Dario Campos garantiu que não vê problema na antecipação dos feriados em Vitória. "Eu não tenho nada contra, nós todos lutamos para salvar vidas, mas ele tomou uma decisão que envolve os católicos sem consultar, sem comunicar aquele que é responsável pelos católicos", afirmou.
"Nós todos estamos lutando para salvar vidas. Não temos aglomerações. O quanto eu tenho falado e batido nisto? O triste é ver que, de repente, um grupo de legisladores votam mudando toda essa situação. Faltou delicadeza de falar com a gente, não comigo Dario, mas com o arcebispo. É indelicadeza com os católicos", reforçou.
No final do áudio publicado no site oficial da própria Arquidiocese de Vitória, o religioso ressalta que a Semana Santa chega, neste ano, acompanhada de um momento de muita dor e sofrimento, mas lembra que os católicos não podem esquecer da esperança e de que "Jesus Cristo caminha conosco".
O projeto de lei enviado pela Prefeitura da Capital e aprovado pela Câmara de Vereadores prevê a antecipação de três feriados: Nossa Senhora da Penha (de 12 de abril para 30 de março), Corpus Christi (de 3 de junho para 31 de março) e Nossa Senhora da Vitória (de 8 de setembro para 1º de abril).
Somados à Sexta-feira da Paixão (2) e ao final de semana – no qual também é celebrado do domingo de Páscoa (4) – o município teria um "feriadão" de seis dias. No entanto, apesar de ter enviado a proposta, o prefeito Lorenzo Pazolini ainda não sancionou a lei. O que significa que ela não entrou em vigor.
A reportagem de A Gazeta questionou a Prefeitura de Vitória sobre a repercussão e se a sanção acontecerá, apesar das falas de Dom Dario Campos. O município, no entanto, ainda não retornou ao contato. Assim que houver o retorno, esse texto será atualizado.
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