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Areias monazíticas: nova praia do ES pode ter potenciais terapêuticos

Areias monazíticas: nova praia do ES pode ter potenciais terapêuticos

A Praia da Areia Preta, em Guarapari, já é conhecida por prevenir doenças, como câncer. Agora, pesquisadores procuram descobrir se o balneário de Iriri, em Anchieta, também tem esse potencial

Publicado em 22 de junho de 2023 às 15:26

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Com águas calmas e infraestrutura, a Praia da Areia Preta, em Iriri, é uma das mais frequentadas em Anchieta
Praia da Areia Preta, em Iriri, é uma das mais frequentadas em Anchieta. (Prefeitura de Anchieta/Divulgação)

Pesquisadores do Espírito Santo vão estudar a possibilidade de outra praia com areias monazíticas no Estado também ter "poder terapêutico" e ajudar na prevenção de doenças. É a Praia da Areia Preta, no balneário de Iriri, em Anchieta, no Sul capixaba. A praia mais conhecida com esse potencial é a Areia Preta, em Guarapari, inclusive com fama internacional.

A Praia da Areia Preta do balneário de Anchieta virou alvo de pesquisadores pelo fato de as areias do local também possuírem concentrações naturais de minerais pesados. Essas areias podem ser encontradas ao longo do litoral e em determinados trechos de cursos d'água.

De acordo com o professor do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do estado, Daniel Vale, e um dos responsáveis pelo projeto, tudo começou a partir do interesse dos próprios moradores do local em tentar entender se as areias do balneário também possuem o mesmo efeito das famosas areias de Guarapari.

"A partir dessa perspectiva e da vontade dos moradores, eles procuraram o Ifes para buscar informações concretas e entender se no balneário de Iriri as areias podem trazer benefícios para a saúde por causa do que já acontece na praia de Guarapari. Eles pensaram: 'como tem areia preta aqui e tem lá, então pode fazer bem'. Então, no início do ano eles nos procuraram para saber se poderia ser feita alguma pesquisa", contou o professor Daniel.

Processo de pesquisa

A partir daí, o pesquisador e a professora Thais Gualandi de Farias, também do Ifes, começaram a fazer uma revisão bibliográfica para ver estudos que já foram feitos na região sobre as areias monazíticas e também em Guarapari.

"Nós já fomos um dia no balneário para ver a concentração de areias monazíticas e ver se todas as praias do balneário tinham essa areia. A nossa primeira percepção visual é que realmente em uma das 14 praias do balneário pode ter uma concentração de minerais pesados, que é a Praia da Areia Preta", explicou Daniel.

Ainda segundo o professor, as coletas na Praia da Areia Preta devem começar em setembro. Enquanto isso, os professores seguem com a revisão bibliográfica para montar o escopo da pesquisa. A ideia é que o resultado saia em até dois anos.

Para ajudar na pesquisa, o Centro de Tecnologia Mineral (CETEM-MCTI), com caracterização tecnológica da areia monazítica, e o Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD), especializado em medição de radiação, também vão participar.

Etapas

A primeira etapa é a pesquisa mineral e, depois, com os dados. A segunda etapa é a realização de uma parceria com médicos para fazer a análise mais criteriosa do poder da areia e como isso pode afetar a saúde.

Daniel acredita que, se comprovados os benefícios no local, a novidade pode movimentar ainda mais o turismo na região.

"É muito atrativo para a questão do turismo saúde. Se for comprovado que possa haver benefício, acredito que vai atrair turistas não só pela beleza natural, mas também por causa da saúde", disse o professor.

Com informações de Viviane Lopes, do g1 ES

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