Uma árvore de Natal de 10 metros de altura, feita de crochê, com quadrados coloridos de lã, se tornou atração do período de celebração no município mais pomerano do Brasil, Santa Maria de Jetibá, na Região Serrana do Espírito Santo.
A inauguração aconteceu no dia 12 de dezembro, no Centro de Eventos Cultural e Esportivo Sophia Ahmrolz Berger. Ao todo, são 1698 quadrados, de 20 centímetros cada. Para o trabalho foram utilizados cerca de 800 rolos de lã.
“A ideia era que cada um utilizasse a criatividade, com cores variadas e alegres, o único pedido é que deixassem a borda verde, para facilitar a emenda, deixar uniforme, e ter uma cor que fizessem relação com a árvore”, explicou o superintendente de cultura do município, Renato Strelow.
A árvore foi uma iniciativa do município, inspirada em uma versão menor, confeccionada pela Associação Pestalozzi da cidade vizinha, Santa Teresa, no ano passado.
A ideia era exaltar o trabalho artesanal, com lã e crochê, tradicional da cultura pomerana. Cerca de 30 voluntários ajudaram na produção.
“Foi confeccionada a várias mãos, que ajudaram a tricotar os quadradinhos. Voluntárias de Santa Maria de Jetibá, mulheres da OASES da Igreja Luterana, mulheres da terceira idade e servidoras da Secretaria de Cultura e Turismo do município”.
A estrutura é de ferro e foi doada por uma empresa do município, por meio de edital de patrocínio. Já a estrela no topo foi confeccionada por usuários do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Santa Maria de Jetibá.
A árvore pomerana também recebeu iluminação na parte interna da estrutura, e é acesa à noite, para moradores da cidade e turistas.
A atração vai ficar montada até 6 de janeiro, Dia de Reis. Até lá, a visitação pode ser feita diariamente e é gratuita.
Também no centro de eventos, foi montada uma casa do Papai Noel, para ampliar a experiência para o visitante. A casa é do final de 1889, tem arquitetura típica pomerana, foi comprada e reconstruída para a programação de Natal na cidade.
“É uma casa típica pomerana que nós compramos e reconstruímos aqui no pátio de eventos, na Vila Natalina. [...] Ela tem mais de 100 anos, 135 anos, as madeiras são todas originais. Era é a casa da família Saiki”, contou Renato.
A Pomerânia foi uma região localizada no Norte da Polônia e da Alemanha, na Europa. O solo fértil, a diversidade hídrica e a localização estratégica da região desencadearam uma série de guerras pela posse de terras, epidemias e fome.
O cenário de instabilidade e privações fez com que muitos habitantes migrassem para o Brasil, sobretudo em Santa Catarina e Espírito Santo, aonde desembarcaram desde a década de 1850 até o período pós Primeira Guerra Mundial, no começo do século XX.
O município é um dos núcleos mais populosos do povo pomerano no mundo. Parte da comunidade ainda se comunica através da língua pomerana, é um dos poucos lugares no mundo onde a língua ainda é usada.
Além do idioma, outros costumes ainda são preservados, como a culinária, o artesanato e cerimônias como os casamentos, que contam com celebrações típicas que se desenrolam durante três dias.
*Com informações de Ana Elisa Bassi, do g1ES
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