Publicado em 10 de abril de 2022 às 17:07
A folia nos desfiles das escolas de samba do grupo especial virou a madrugada e só parou na manhã deste domingo (10). Sete escolas desfilaram no Sambão do Povo em busca do título. Algumas agremiações enfrentaram problemas com o tempo permitido para o desfile, outras tiveram dificuldades com os carros.
No entanto, a volta ao Sambão do Povo dois anos após a última edição do Carnaval de Vitória, foi de muita comemoração. Se dependesse do público, mais de uma escola seria campeã. Os carros e destaques receberam elogios, e o grito de "é campeã" foi ouvido mais de uma vez.
Não foi ao Sambão e quer conferir tudo que aconteceu no terceiro e último dia dos desfiles? A Gazeta traz um resumão do evento que tradicionalmente abre as comemorações do carnaval em todo o Brasil.
A Unidos de Jucutuquara abriu os desfiles do Grupo Especial no Sambão do Povo neste sábado (9). Fazendo paradinhas no samba e agitando o público, a agremiação cantou os 50 anos de sua fundação e resgatou também a história da comunidade, dos povos indígenas e negro. A escola atravessou a avenida respeitando o tempo regulamentar, de até 62 minutos, e chegou na dispersão ainda muito animada, com os componentes cantando e sambando.
Uma das surpresas na Jucutuquara, Tati Paysan entrou um pouco depois de o desfile começar. Ela teve um contratempo, mas não a ponto de atrapalhar sua evolução. Tati foi rainha de bateria por 16 anos, contudo desfilou pela escola por mais de 30 anos e estava sem pisar na avenida desde 2014. A volta foi de muita emoção.
Com uma comissão de frente bem sincronizada, vestindo as cores verde e rosa da agremiação, a Imperatriz do Forte já entrou no Sambão do Povo mostrando a que veio. A escola do Forte São João, em Vitória, trouxe o samba-enredo "Em busca do 10" para contar a história dos números.
O último carro, com 12 metros de comprimento e nove de altura, exibiu uma galeria de troféus, da Copa do Mundo ao Oscar. Ele representou o sonho da agremiação em ser campeã do carnaval capixaba. A Imperatriz do Forte trouxe 15 alas, três carros e 1.200 componentes para a avenida.
Dois carros da escola deram problema logo na entrada, o que atrasou o desfile. Por causa disso, algumas alas tiveram que correr. Além disso, teve gente perdendo parte da fantasia na avenida. O destaque de chão Marco Aurélio, por exemplo, perdeu a asa. Ele representava Oxumaré, o orixá do arco-íris. Estava belíssimo, mas com a fantasia incompleta.
A Novo Império foi a terceira escola a desfilar no Sambão do Povo, na terceira e última noite do Carnaval de Vitória. A agremiação empolgou o público com as paradinhas e coreografia da bateria, que é mais conhecida como orquestra capixaba de percussão.
Com o samba-enredo "Santo Antônio, olhai por nós", a escola fez uma oração ao santo padroeiro da comunidade, que dá também nome ao bairro onde está situada a agremiação em Vitória. O desfile foi encerrado com quase 60 minutos e chegou na dispersão com gritos de "é campeã". A arquibancada cantou e vibrou junto com a escola, sobretudo nas paradinhas.
Os foliões também se mostraram encantados com o grandioso carro que retratou o Santuário de Santo Antônio, além do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Klayson Faria Rodrigues e Amanda Ribeiro, que deram um show de sincronia e graciosidade.
A atual campeã do Carnaval de Vitória, a Independente de Boa Vista cantou a lenda do pássaro de fogo, encantando o público que aclamava a escola a cada ala que passava na avenida. A escola de Cariacica atravessou o Sambão do Povo na esperança de conquistar o terceiro título consecutivo e se consagrar como tricampeã.
A agremiação investiu em belas fantasias, algumas delas luxuosas, além de grandes carros alegóricos com muitos detalhes de brilho e cor.
Desde o início do desfile, a Boa Vista agitou o público com o intérprete e presidente Emerson Xumbrega instigando todos a cantar. A bateria "Pássaro de Fogo" foi um espetáculo à parte, e nem mesmo o escorregão da rainha Thalita Zampirolli, que rapidamente se recompôs, apagou o brilho da apresentação.
A escola passou no limite do tempo máximo do desfile, que é de 1h02min. Os últimos integrantes da agremiação precisaram correr, o que fez a Boa Vista encerrar a participação ainda no dentro do cronometro.
Nem todos os amuletos (tema do enredo da escola) livraram a Mocidade Unida da Glória (MUG) de problemas no Sambão do Povo. Ao entrar na avenida, a agremiação de Vila Velha viu o carro abre-alas quebrar, precisou correr no sambódromo, mas acabou passando do tempo. Fez em 1:03:00, sendo que poderia ter feito em até 1:02:59 no máximo.
Mas os contratempos não foram capazes de tirar o brilho da MUG, que empolgou o público do início ao fim e saiu da avenida ouvindo gritos de "é campeã".
O carro abre-alas da MUG era luxuoso, mas teve um problema mecânico logo no início do sambódromo e precisou ser desmembrado. Com isso, a escola desfilou durante a maior parte da avenida com a alegoria quebrada. Era perceptível o sentimento de frustração dos integrantes, que tentavam alinhar o carro.
Uma das escolas mais tradicionais do Carnaval de Vitória, a Unidos da Piedade voltou para ao Sambão do Povo com um desfile que levou muita emoção e cheiro de café. A agremiação, que acabou atrasando para entrar na avenida por conta de um problema técnico com um guindaste, começou a desfilar já com o dia claro, por volta das 6 horas da manhã deste domingo (10).
Sexta a se apresentar, a escola contou a história do café no Brasil e no mundo, com o enredo "Da Riqueza do café, sua força e majestade". A comissão de frente trouxe uma linda coreografia para apresentar as lendas relacionadas ao fruto e como ele chegou ao nosso país.
A Unidos da Piedade se apresentou em 58 minutos e 59 segundos (sendo que o limite é 62 minutos). Com tempo de sobra na reta final, integrantes da escola ainda puderam brincar na avenida, empolgando o público e saindo com gritos de campeã.
A Andaraí encerrou os desfiles do grupo especial no Sambão do Povo já na manhã deste domingo (10) e com sol forte. A bateria "puro veneno" foi um dos destaques na apresentação do último dia do Carnaval de Vitória, com paradinhas e batidas que levantaram o público que resistiu até o amanhecer para acompanhar a evolução da escola.
A agremiação fez um enredo sobre a Mulembá - árvore sagrada e aproveitou para contar a história da própria comunidade, o bairro Santa Martha. O refrão era contagiante e fez todo mundo cantar, mesmo quando o intérprete Lauro do Andaraí deixava o samba apenas por conta da comunidade. "Andaraí, somos filhos desse chão!"
Mesmo com todas as dificuldades, Thiago ressalta que a agremiação tem quesitos fortes para competir igualmente com outras escolas. "Nós respeitamos todas, mas também podemos. Se não agora, amanhã. Estamos trabalhando para isso."
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