> >
As estratégias das escolas para preparar os alunos para o Enem

As estratégias das escolas para preparar os alunos para o Enem

O Ministério da Educação (MEC) anunciou que as provas serão aplicadas em janeiro de 2021

Publicado em 9 de julho de 2020 às 19:39

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Concurso
Com aulas presenciais suspensas, os candidatos estão estudando em casa. (Pixabay)

Com a aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) marcada para janeiro de 2021, escolas públicas, particulares e cursos pré-vestibular estão articulando as estratégias para preparar os candidatos para uma das avaliações mais importantes do Brasil. O Enem recebeu neste ano 5,8 milhões de inscritos.

A prova foi adiada pelo Ministério da Educação (MEC) por causa da pandemia do coronavírus. Em enquete realizada a pedido do ex-ministro Abraham Weintraub, a maior parte dos estudantes (49,7%) votou para que o Enem fosse apenas em maio do ano que vem. Outros 35,3% optaram por janeiro.

O argumento do governo federal para não realizar o exame em maio, como queriam os estudantes, é que isso atrasaria muito o calendário das universidades e também dos programas como ProUni e Fies. A maior preocupação dos estados é com o impacto que o fechamento de escolas causam aos alunos de escolas públicas.

CONFIRA AS DATAS

  • Aplicação das provas 17 e 24 de janeiro
  • Enem digital - 31 de janeiro e 7 de fevereiro
  • Reaplicação do Enem - 24 e 25 de fevereiro
  • Resultado - 29 de março. 

CURSINHOS POPULARES

No curso popular Risoflora, que atende 70 alunos da Grande Vitória, os estudantes têm acesso a diversas plataformas de ensino e recebem material via e-mail, WhatsApp e ainda contam com transmissões ao vivo pelo Youtube. Quem não tem internet, recebe as apostilas impressas em casa.

O coordenador do Risoflora, o professor de Geografia, Guto de Oliveira, garante que o calendário de atividades previsto para este ano está mantido, mas defende que o Enem fosse realizado em maio do ano que vem. Na avaliação dele, muitos alunos foram prejudicados com a suspensão das aulas presenciais.

“O Brasil vive uma crise educacional. Muitos alunos estão sem internet e sem estrutura para estudar. O Risoflora está articulado em um grupo de 48 cursos de 12 estados do Brasil que repudiam essa data. Na pesquisa do governo, os alunos escolheram maio. Essa decisão demonstrou autoritarismo e falta de planejamento”, pontuou.

Os alunos do AfirmAção Rede de Cursinhos Populares têm aulas virtuais aos sábados. O coordenador do projeto, professor Lula Rocha, disse que o grupo estuda por meio de uma plataforma de ensino e também com aulas online. Quem não tem internet, recebe apostilas impressas. Ele também defende nova data para Enem.

Aspas de citação

Mantivemos nossas atividades, mas achamos infeliz essa decisão de fazer o Enem em janeiro. Estamos discutindo com outros cursinhos a possibilidade de fazer com que o Enem seja feito quando o calendário escolar for definido

Lula Rocha
Coordenador do AfirmAção
Aspas de citação

PROVAS E SIMULADOS

James Scandian, diretor da 3ª série e do pré-vestibular do UP Centro Educacional, avalia de forma positiva a nova data. Os estudantes recebem, diariamente, links com aulas ao vivos e gravadas, e também são submetidos a provas e a simulados. A escola conta com três mil alunos habilitados para as provas do Enem.

“Vamos seguir o conteúdo programático que havíamos feito no início do ano e terminá-lo num período aproximado ao que seria o Enem deste ano. Considero que a nova foi positiva porque os alunos vão ter oportunidade de concluir os estudos e além disso terão um tempo extra para revisão dos conteúdos”, avalia Scandian.

O diretor pedagógico da 3ª série e do Pré-Vestibular do Darwin, em Vitória e em Vila Velha, Marcos Augusto Cardoso, informou que a escola vai manter o cronograma que prevê atividades extras, simulados e aulas preparatórias para o Enem. Após o recesso, que vai ocorrer entre os dias 13 e 24 deste mês, o treinamento para o exame será intensificado.

“Devido esse formato de aula online, criamos uma estratégia de promover semanas de revisão de conteúdo. O que antes era às vésperas do Enem, nós temos feito em vários momentos durante o ano. Independente disso, em janeiro devemos fazer uma revisão”, explicou.

Além das atividades regulares desenvolvidas de forma remota, os alunos da 3ª série do ensino médio do Centro Educacional Leonardo Da Vinci participam semanalmente de uma roda virtual de conversa que conta com bate-papo entre eles e palestras de profissionais de diversas áreas de atuação.

“O nosso resultado no Enem é consequência maior da escolaridade do aluno, que começa lá no ensino fundamental 1 e vai até o médio. É no fundamental que investimos fortemente em leitura, onde exploramos a língua portuguesa, toda a parte interpretativa, a oralidade do aluno e em projetos que trabalham o comportamental do aluno”, comenta Mário Broetto, diretor pedagógico da escola.

Para o superintendente do Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe-ES), Geraldo Diório Filho, a data definida pelo governo atende alunos das redes pública e privada. “Janeiro é uma data boa porque alcança um meio termo entre as datas que estavam sendo discutidas", avalia.

ENEM DIGITAL

Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM)
Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). (Adriana Toffetti/A7 Press/Folhapress)

A subsecretária de Educação Básica e Profissional da Secretaria de Estado da Educação (Sedu), Andrea Guzzo, disse que a aplicação do exame em janeiro do ano que vem permite que os candidatos tenham a chance de disputar vagas e entrar em uma universidade ainda no primeiro semestre.

Na rede pública de ensino, cerca de dois mil estudantes participam do projeto Pré-Enem Digital. Antes da pandemia, eles tinham aulas presenciais e conteúdos virtuais. Agora, têm acesso aos materiais pelo site do Programa Escolar. Em parceria com a Escola do Serviço Público do Espírito Santo (Esesp), a Sedu prepara videoaulas específicas para preparar os alunos para o Enem. As aulas serão disponibilizadas em agosto.

“Orientamos as escolas a organizarem uma agenda de entrega de materiais para os estudantes que não têm acesso à internet ou que não têm sinal da TV. Os professores elaboram as atividades e os estudantes retiram esse material. Os professores corrigem e dão o retorno aos estudantes”, explicou.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais