Há 10 anos, o agente Jorge Morgado teve a ideia de criar um projeto para aproximar as crianças da Polícia Civil. Com a ajuda do cão policial, "nasceu" o Projeto Agente Canino nas Escolas (ACNEES) do Espírito Santo. Nas visitas aos colégios ele fala sobre a importância dos estudos para a realização de sonhos, mostra os equipamentos usados pelas forças de segurança no dia a dia e no final, é claro, o momento mais aguardado: a entrada do pastor-belga-malinois Wookie, que demonstra o seu faro apurado.
"Comecei em 2014 com uma ideia que eu trouxe da minha infância. Quando eu estava na polícia, criei o canil em 2011 e pensei: por que não levar o cachorro para a escola? Tinha a certeza de que iria marcar para as crianças assim como marcou minha infância, além de trazer uma mensagem positiva, de autoestima e estudo para a gente tentar transformar a vida dessas crianças", detalhou o policial Morgado.
No início, a conversa com os alunos era voltada para a desmistificação da imagem da polícia. "Queria trazer as crianças para o nosso lado, para elas verem que a gente não é nenhum bicho-papão, que a gente é humano igual a eles e está aqui para trazer segurança. Ao longo do tempo eu percebi um pouco de baixa estima nas crianças, então a gente foi mudando um pouco esse discurso, falando sobre sonhos, profissão. Esse ano a Secretaria de Educação da Serra solicitou para a gente falar sobre o Bullying também", revelou Morgado. No ano passado, o projeto foi institucionalizado como um programa da Polícia Civil.
O Wookie trabalhou por cerca de oito anos como cão policial. Hoje, aos 10 anos, ele está aposentado e só atua no projeto. "Ele é tipo uma estrela de cinema, né? Quando o cachorro entra, as crianças ficam enlouquecidas. Mas é por isso, porque o cachorro é um símbolo de amor, de afeto, carinho, e é muito importante esse contato deles com o cachorro porque eles se aproximam da gente, então traz esse laço de lealdade, fidelidade e amor embutido no cão, e as crianças amam. Quem não gosta, né? Cachorro é tudo de bom", declarou Morgado.
Em 2018, a policial Bethânia Rossi Cardoso passou a integrar o projeto. "Meu papel, além de auxiliar o Morgado, é mostrar a representatividade das mulheres, para que as meninas se sintam pertencentes aos sonhos que são muitas vezes distantes para elas. Elas são capazes e podem estar onde elas quiserem, inclusive na polícia", disse.
O ACNEES está no Instagram, pelo @agentecaninonasescolases, e no Youtube, com o canal Projeto ACNEES.
"Em um ponto da palestra a gente pergunta quem tem medo de cachorro e eu sempre ressalto essa ideia de vencer o medo, eu falo: quem tem medo fala com a tia Bethânia, que vocês vão vencer o medo hoje. A gente não pode deixar nosso medo parar a gente, porque aí a gente perde oportunidades. A gente sempre está focado também em fazer a criança vencer aquele medo, não pelo cachorro em si, mas para a vida mesmo", finalizou a policial Bethânia.
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