Dois meses depois dos ataques a duas escolas em Aracruz, no Norte do Espírito Santo, que matou quatro pessoas e feriu outras 12, a aluna Thaís Pessotti da Silva, de 14 anos, é a única vítima que segue internada. A estudante foi baleada na cabeça e, devido à complexidade do ferimento, segue com o projétil alojado no corpo.
Pai da menina, o técnico de pesquisa Almir Rogério da Silva conversou com exclusividade com o g1ES na noite dessa terça-feira (24). "Nossa pequena grande guerreira é um milagre que Deus nos deu a oportunidade de vivenciar. Ela luta pela vida e surpreende a medicina e a todos com sua força e evolução."
Ele contou que, em meados de dezembro, a filha foi transferida do Hospital Infantil de Vitória e segue o tratamento em um hospital particular da Grande Vitória, sem previsão de alta. Para acompanhar a estudante, a família se mobiliza e se reveza entre o pai, a mãe, a madrasta e irmã mais velha dela.
Ainda segundo o pai de Thaís, a filha realiza as atividades e, a cada novo comando realizado, a alegria contagia a todos. "Ela mantém interação com todos ao seu lado, contagiou toda a equipe com suas caras e bocas. Está desenvolvendo bem a fonoaudiologia, começando a imitar o som proposto, mesmo sabendo que há um longo caminho a ser percorrido.”
Almir também agradeceu as orações que a filha tem recebido de familiares, amigos e todos os desconhecidos que mandam boas energias. "Aproveito para manter o pedido de orações a todos para a recuperação plena de Thaís. Sabemos que o caminho é longo, mas minha filha nunca estará sozinha."
Os ataques, em 25 de novembro de 2022, deixaram 12 baleados e quatro mortos: três professoras e uma aluna. Elas perderam a vida pouco após a tragédia e foram identificadas como Cybelle Passos Bezerra, de 45 anos; Maria da Penha Banhos, de 48 anos; Flávia Amboss Merçon Leonardo, de 38 anos, e Selena Sagrillo Zuccolottto, de 12 anos.
O ataque a duas escolas em Aracruz deixou quatro mortos e 12 feridos. O assassino, de 16 anos, estudou até junho no colégio estadual atacado. A investigação apontou que o ataque foi planejado por dois anos e que o criminoso usou duas armas do pai, um policial militar.
Os disparos aconteceram por volta das 9h30 na Escola Estadual Primo Bitti e em uma escola particular que fica na mesma via, em Praia de Coqueiral, a 22 km do Centro do município.
Segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), o assassino arrombou dois portões e invadiu, pelos fundos, a escola estadual. Com uma pistola, ele foi até a sala dos professores e atirou contra os educadores. Duas professoras morreram no local. Nenhum aluno foi baleado na primeira escola.
Na sequência, o atirador deixou a escola estadual em um carro e seguiu para a escola particular Centro Educacional Praia de Coqueiral. Na unidade, uma aluna foi morta. Após o segundo ataque, o assassino fugiu em um carro. Ele foi apreendido horas depois, na tarde do dia 25 de novembro.
Um dia após o atentado, a Polícia Civil informou que o criminoso vai responder por ato infracional análogo a três homicídios e a dez tentativas de homicídio qualificados. Também no dia seguinte ao ataque, uma professora baleada na primeira escola, que estava internada, morreu.
No dia 4 de dezembro, o assassino foi sentenciado a cumprir até três anos de internação. O tempo é o limite máximo estabelecido como medida socioeducativa para adolescentes pela lei.
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