A versão inicial da matéria informava, no título, que a empresa em questão é uma seguradora. No entanto, trata-se de uma empresa de proteção veicular, que possui regras diferentes de funcionamento e não é regulamentada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). O nome foi alterado para melhor entendimento.
Um consumidor viveu um momento de fúria em Linhares, Norte do Espírito Santo, na tarde desta quinta-feira (4). Irritado porque a empresa de proteção veicular contratada não pagou os danos causados no carro dele após um acidente, o homem deixou o veículo todo pichado na porta do estabelecimento. Nervoso, ele ainda gritava no meio da rua.
A cena chamou atenção de quem passava pela avenida Guerino Giubert, no bairro Conceição. Vários vídeos da ação começaram a circular nas redes sociais, ainda durante a tarde. A situação ocorreu na porta da empresa Azul Benefícios.
O dono do carro é o motorista de aplicativo Ivan Trindade. Segundo ele, após um acidente ocorrido há três meses durante uma viagem, ele teve o serviço de reparo do carro negado pela Azul Benefícios, mesmo depois de pagar pela franquia.
“A empresa alegou que o prazo era de 90 dias e no final desse tempo eu receberia um e-mail com a conclusão de um laudo. Com o final desse prazo, eles afirmaram que eu não estava mais assegurado, pois estava trafegando com os pneus sem condições”, relatou.
O protesto foi apoiado por motoristas de aplicativo e outros donos de veículos segurados. “O movimento teve bastante apoio dos amigos, foi uma maneira de chamar atenção, pois a gente sabe que os processos são lentos. Foi uma maneira de chamar atenção para que outras pessoas não passem por esse problema”, contou o motorista.
Para a reportagem da TV Gazeta Norte, um representante da Azul Benefícios explicou por que o reparo do veículo foi negado.
“Nós baseamos a negativa em um relatório de sindicância que foi contratado de uma empresa terceirizada, que qualquer pessoa pode contratar. Nesse relatório nós temos os fatos e imagens do carro. Os pneus estão fora da regulamentação do Código de Trânsito, estão carecas. O veículo capotou por aquaplanagem. Não existe seguradora no mundo que vai cobrir”, afirmou Lucas Alves Noé, gerente de sinistro da Azul Benefícios
Durante o protesto, a Polícia Militar esteve no local. Tanto o motorista quanto os representantes da Azul Benefícios disseram que vão registrar boletim de ocorrência.
Em nota, a Polícia Civil informou que o caso foi registrado como estelionato e seguirá sob investigação da Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) do município.
Procurado, o Procon de Linhares informou que apura outras reclamações contra a empresa. "A seguradora Azul Clube Benefício possui quatro reclamações registradas no órgão, sendo duas em 2020 e duas neste ano de 2021. O órgão reforça que além da empresa ter sido notificada, também já foi aberto um processo administrativo contra a mesma pelo Procon", afirmou.
Já o Procon do Espírito Santo também foi procurado, e destacou que não recebeu nenhuma reclamação contra a empresa.
Sobre outras reclamações, o gerente também se posicionou afirmando que a empresa possui certidões negativas, que estão afixadas na porta da empresa.
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