A professora de alfabetização Maria Penha Pereira de Melo Banhos de 48 anos, conhecida como Peinha, é umas das vítimas do ataque a tiros que deixou pelos menos três mortos e 13 feridos em duas escolas em Aracruz, no Norte do Espírito Santo, na manhã desta sexta-feira (25). No atentado, dois professores e um aluno morreram.
A vítima era professora da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEFM) Primo Bitti, invadida pelo assassino. O suspeito foi preso horas após o crime.
A irmã da vítima, Santilha Pereira de Melo Perovani, disse ao g1 que Maria da Penha trabalhava como professora há mais de oito anos e amava o que fazia.
"Ela morreu no lugar que mais amava, dentro da escola, mas não merecia morrer desta forma tão trágica, ainda estou sem chão. Minha irmã era uma pessoa incrível", disse Santilha.
Segundo a família, Maria da Penha morava no bairro São José, na região central do município, e seguia para o trabalho todos os dias. A professora era casada há 18 anos e deixa três filhos menores de 16 anos.
Formada em técnica de laboratório, Maria da Penha trabalhou durante muito tempo no hospital da cidade, mas segundo a irmã sempre sonhou em ser professora e atuava na escola estadual há menos de um ano como contratada.
"Desde pequena, o sonho dela era dar aulas, ser professora. Fez a faculdade de pedagogia e abandonou o hospital de onde dedicou parte da vida e foi pra escola. Nesses mais de oito anos trabalhou com alfabetização e com as séries iniciais. Ela estava muito feliz e realizada", explicou a irmã da vítima.
Santilha disse que estava em conexão de voo com a família em São Paulo quando soube do atentado. Disse que ligou para a irmã e foi ficando nervosa quando Maria da Penha não atendia as ligações. Enquanto isso, em Aracruz, o marido vários parentes buscavam por notícias.
"Foi um desespero. E eu de longe, não conseguia fazer nada. O marido dela foi ao hospital e ela não tinha dado entrada. Ele foi saber da morte dela na porta da escola", contou a irmã.
Santilha contou que a família aguarda a liberação do corpo para os trâmites do velório e enterro. Disse que ainda não consegue acreditar em tudo o que aconteceu.
"Não é porque era minha irmã, mas era uma pessoa incrível, dedicada, amorosa uma pessoa do bem. Vai fazer muita falta, para mim, para os filhos e familiares além de todos os alunos que deixou", lamentou.
Um ataque a duas escolas deixou três mortos e outros 13 feridos em Aracruz, no Espírito Santo, nesta sexta-feira (25). O assassino foi preso pelas equipes de segurança no início da tarde, segundo o governador Renato Casagrande (PSB), que decretou luto oficial de três dias "em sinal de pesar pelas perdas irreparáveis".
Os disparos aconteceram por volta das 9h30 na Escola Estadual Primo Bitti e em uma escola particular que fica na mesma via, em Praia de Coqueiral, a 22 km do centro do município. Aracruz, onde o ataque aconteceu, fica a 85 km ao norte da capital. As aulas da rede municipal foram suspensas.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o assassino invadiu a escola estadual com uma pistola e fez vários disparos assim que entrou no estabelecimento de ensino. Depois, foi até a sala dos professores e fez novos disparos. Na unidade, dois professores foram mortos.
Na sequência, o atirador deixou o local em um carro e seguiu para a escola particular Centro Educacional Praia de Coqueiral, que fica na região. Na unidade, um aluno foi morto. Após o segundo ataque, o assassino fugiu em um carro.
Ao todo, dois professores e um aluno foram mortos. As identidades e idades não foram divulgadas. Onze pessoas foram baleadas, uma delas teve de ser resgatada pelo helicóptero ao hospital.
Segundo os dados do Censo Escolar de 2021, a escola Primo Bitti tem cerca de 500 alunos matriculados. O governo estadual não confirmou quantos alunos estavam no local no momento do atentado.
Com informações de Juirana Nobres, do g1 ES
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