O ano de 2020 representou um grande desafio para o combate à criminalidade, com mudanças na estrutura organizacional dos grupos criminosos, ampliação do consumo de drogas e da circulação de armas. Até a ausência de festas, muitas delas clandestinas, acabaram repercutindo, segundo o governador Renato Casagrande, no aumento da criminalidade.
“A ausência de festas, shows, bailes, reduziu o mercado de drogas. Os criminosos passaram a disputar com outros grupos a ampliação das suas bases para manter as finanças de suas organizações criminosas, fato constatado pelas investigações da nossa polícia”, explicou.
Este, segundo o governador, foi um dos desafios impostos ao enfrentamento da violência no Estado durante o ano que passou. Outro fator importante é que tem sido cada vez mais frequente o número de jovens em estruturas de comando da criminalidade.
“É da estrutura do crime que você tenha pessoas cada vez mais jovens nas lideranças. A polícia tem feito prisões de lideranças mais históricas do crime e quem assume são os mais jovens, com mais audácia e sem nenhum respeito nem mesmo entre os grupos criminosos, ou respeito às próprias leis do crime”, observou Casagrande.
Também foi constatado em 2020 uma ampliação do consumo de drogas e de pequenos delitos praticados para sustentar a dependência química dos usuários. “Foi verificado ainda uma ampliação da circulação de armas pela sociedade, o que dificulta o trabalho da polícia. São temas que ampliaram o nosso desafio em 2020”, observou Casagrande.
O governador disse ainda concordar com a proposta do ministro da Justiça, André Mendonça, apresentada durante sua vista ao Estado nesta sexta-feira (19), de que para enfrentar a criminalidade é preciso uma integração e atuação conjunta das forças policiais do Estado e da União. “Esta integração do trabalho é que permitirá darmos passos adiante”, assinalou.
Desde 2011, segundo o governador, o Espírito Santo conseguiu reduzir pela metade o número anual de pessoas que perderam a vida de forma violenta. Chegou em 2019 a um total de 987 assassinatos e, em 2020, a 1.103 assassinatos.
“Olhando os dados de 2011 para frente é possível ver a redução pela metade do número dos homicídios, o que mostra que a política está dando resultado. Mas é insuficiente para pensarmos em um patamar aceitável. A média do Brasil ainda é superior à média deste tipo de mortes na Europa. Ainda é um volume de mortes inaceitável. É um desafio para o Estado e para o Brasil”, assinalou.
Entre 1º de janeiro e 14 de fevereiro deste ano, o Espírito santo registrou o assassinato de 155 pessoas, segundo dados do Observatório de Segurança Pública da Sesp. É o maior número de óbitos durante os primeiros 45 dias de um ano desde 2018, quando 159 pessoas foram assassinadas no Estado.
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