Imagens registradas no último domingo (27) mostram o momento em que uma atleta de 26 anos passa mal e sofre algumas quedas, chegando a ser amparada no final da V Corrida da Mulher, em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Estado. Apesar do susto, Karina Vaillant Farias conseguiu chegar em 1º lugar na maratona.
Em entrevista à reportagem de A Gazeta, Karina explicou que ficou desidratada e, por conta disso, perdeu a consciência em certo ponto do fim prova. “Eu só vi a água no segundo quilômetro. O restante, fiz sem tomar água. Então, como estava muito quente, acabei sofrendo desidratação”, contou.
No vídeo, é possível ver a atleta sendo amparada por uma equipe de produção da corrida após se desequilibrar. Karina se esforça e consegue ultrapassar a linha de chegada, garantindo o 1º lugar na competição. Após a chegara, ela não aguenta mais e acaba caindo.
A jovem precisou ser socorrida em uma ambulância para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município, onde ficou por cerca de três horas fazendo exames e tomando soro e medicação. Segundo a atleta, o diagnóstico médico foi desidratação. “Foi feio, mas já estou bem”, disse. Foi na unidade que Karina recebeu o prêmio de 1º lugar na corrida.
De acordo com Karina, essa foi a primeira vez que ela passou por esse tipo de problema. A jovem de 26 anos ficou surpresa, pois ela já treinava e fazia exercícios físicos antes do ocorrido.
”Sempre pratiquei atividade física. Hoje eu nado, pedalo, corro, malho e, quando sobra um tempinho, jogo um vôlei. O esporte é a minha grande paixão”, expressou.
A V Corrida da Mulher não foi o primeiro pódio da atleta, que possui registro na Confederação Brasileira de Atletismo. Na edição de 2020, Karina também conquistou o 1º lugar. A jovem disse que também disputou outras corridas, como a da TV Gazeta Sul, em Marataízes ( 3º lugar) e a Verão de Itapemirim (2º lugar). “São muitas”, destacou.
A jovem relatou que pratica corrida há cerca de sete anos, e, há três, treina com o professor de Educação Física e treinador Édipo Flausino. Ele concorda que o motivo de Karina ter passado mal foi a desidratação, devido ao tempo quente. “É algo bem comum entre os atletas que correm para ter rendimento. Por conta do calor, geralmente ocorre a desidratação”, explicou.
De acordo com nutrólogo Roger Bongestab, a desidratação acontece quando a ingestão de água não é suficiente o bastante para suprir as necessidades metabólicas do organismo. E, com ou sem a atividade física, a falta de hidratação é prejudicial à saúde.
A nutróloga Christian Kelly Ponzo explica alguns sintomas da desidratação: mal-estar, tontura, sensação de desmaio, redução da filtração renal, turvação visual, dores de cabeça e diminuição do rendimento e da performance.
A nutróloga orientou que, para evitar a desidratação durante a atividade física, é necessário se hidratar adequadamente diariamente, principalmente antes de participar de competições. “Antes do exercício físico é recomendado que o indivíduo consuma 250 a 500 ml de água (duas horas antes). Durante a atividade, é recomendado que a ingestão de fluidos ocorra a cada 15 ou 20 minutos, em porções de 250 ml a 500 ml em cada intervalo”, informou.
Não é somente antes e durante o treinamento que é preciso ingerir água. Christian disse que, após a atividade física, também é importante repor o que foi perdido. “Uma maneira prática de aferir o nível de desidratação em decorrência da execução do exercício físico é verificar a diferença de peso corporal antes e após o exercício. Assim, aplica-se a reposição equivalente a 150% destas perdas para garantir uma satisfatória recuperação pós-esforço”.
O nutrólogo Roger Bongestab destacou que uma forma de avaliar a hidratação de uma pessoa é pela cor da urina, mas ela não pode estar tomando medicações que alterem a coloração. “É interessante avaliar a cor. Se a urina estiver muito escura, é necessário tomar mais água”, pontuou.
O nutrólogo finalizou dizendo qual a melhor forma de um atleta se hidratar. “É com o consumo de bebidas isotônicas e a utilização dos sais de hidratação na água, uma dissolução que ela se torna isotônica. E todo atleta precisa ser acompanhado por um profissional da área da saúde para melhor orientação”, concluiu.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta