Após o resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do ensino médio em 2021, considerando escolas públicas e particulares, que colocou o Espírito Santo na 3ª posição do ranking nacional, o secretário de Educação do Estado, Vitor de Angelo, avaliou que o crescimento educacional do Estado foi interrompido pela pandemia da Covid-19.
Aa nota do Espírito Santo no Ideb de 2020, que avaliou o ano de 2019, foi de 4,6 no ranking geral . No resultado divulgado nesta sexta-feira (16), que avaliou o desempenho de 2021, o resultado do Estado foi de 4,4.
A Secretaria da Educação (Sedu) adotou o chamado Continuum Curricular e, com isso, de 2020 para 2021 os alunos foram promovidos de série/ano automaticamente. Os resultados obtidos nas avaliações no ano letivo de 2020 não foram considerados para fins de reprovação do aluno, mas como base para intervenções pedagógicas no que se refere à recuperação da aprendizagem e para planejamento do ano seguinte.
Segundo a Sedu, a junção 20/21 não se trata de horas, mas, sim, conteúdo curricular. Portanto, os conteúdos dos componentes curriculares não tratados em 2020 foram tratados em 2021. A Sedu esclareceu ainda que em 2021 o mesmo não aconteceu. As aulas presenciais foram retomadas, ainda em outubro de 2020, e foi implementada uma readequação do Currículo da série/ano, por meio do Programa EscoLAR (sala de aula virtual, videoaula, App, etc).
O secretário reforçou que este Ideb, de 2021, foi divulgado por uma questão meramente formal. "Não está sendo usado pelo MEC nem para fins de comparação entre Estados, nem para qualquer outro objetivo. Só vale uma comparação do Estado consigo mesmo", explicou.
A queda foi menor do que se previa, segundo De Angelo. “Naturalmente, quando as escolas são fechadas, as perdas são enormes. Apesar disso, em virtude das políticas que nós desenvolvemos nesse período extremamente desafiador, a queda foi bastante ligeira, indo no sentido contrário daquilo que todos os especialistas e os estudos externos à secretaria apontavam”, pontuou.
Em uma escala de 1 a 10, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) cruza duas informações:
>> Taxa de aprovação/fluxo escolar (a porcentagem de alunos que não repetiram de ano em uma escola ou rede de ensino);
>> Notas do Saeb, uma prova de português e de matemática feita por alunos do 2º, 5º e 9º ano do ensino fundamental e por estudantes do 3º do ensino médio. No caso do 9º ano, para uma amostra específica, houve também questões de ciências da natureza e ciências humanas.
Só que, neste ano, esses dois “ingredientes” foram comprometidos, porque:
>> Parte das redes de ensino adotou a aprovação automática na pandemia (e terá, portanto, um Ideb artificialmente mais alto).
>> Pela primeira vez, também por causa da Covid-19, a porcentagem de alunos que fizeram a avaliação (Saeb) foi muito mais baixa em alguns estados, fornecendo dados estatisticamente pouco confiáveis. Comparações e rankings não serão fiéis à realidade.
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