O avanço do novo coronavírus no Espírito Santo fez com que um tipo de dado disponibilizado no Painel Covid-19, do Governo Estadual, chamasse atenção: centenas de casos aparecem como registrados em algum bairro não encontrado. Em Vila Velha, por exemplo, a quarta região mais afetada, com 73 casos, não é identificada.
Se considerar o ranking dos bairros de todo o Estado, a classificação "não encontrado" aparece em 11º lugar. Ao todo, são 255 diagnósticos positivos que têm origem desconhecida pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa).
Em uma análise ampliada, essa inconsistência representa 2,8% dos registros totais computados até esta quarta-feira (20). No entanto, como pode ser feito o acompanhamento pelas equipes de saúde e de epidemiologia se não se sabe qual o bairro dos pacientes diagnosticados com a doença?
Nos municípios menores, a importância dessa informação se torna ainda mais evidente. Em Mantenópolis e São Domingos do Norte todos os casos são de bairro não encontrado. Em outros, esses locais desconhecidos são os que têm mais pessoas infectadas ou que registraram a única morte da cidade.
Durante entrevista nesta quarta-feira (20), o governador Renato Casagrande destacou a importância do acompanhamento do paciente para combater o avanço da pandemia. É necessário isolá-lo desde quando ainda é um caso suspeito. Bem como acompanhá-lo, por meio das equipes de saúde, independentemente do município trabalho que fica, obviamente, dificultado quando não se sabe onde a pessoa infectada mora.
Questionada por A Gazeta, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) informou que os bairros que aparecem como "não encontrados" não estão registrados no sistema E-Sus e que a solicitação desse cadastro deve ser feita pelos próprios municípios. Depois desse processo, o endereço do paciente seria requalificado.
Por sua vez, a vigilância epidemiológica de Vila Velha informou que isso se deve à opção não informado para preencher o bairro nas notificações compulsórias do E-Sus. Lamentavelmente, recebemos várias com campos incompletos, o que dificulta o serviço dos órgãos sanitários, que têm de iniciar uma investigação para tentar descobrir essas informações, afirmou.
Já a vigilância epidemiológica de Cariacica explicou que a base de dados é realizada a partir das informações fornecidas pelo paciente e inseridas pela unidade notificadora na ficha. Bem como esclareceu que as notificações não são de apenas um bairro e que equipes realizam uma busca ativa para localizar esses pacientes a fim de corrigir a informação.
A Prefeitura da Serra informou que o problema acontece devido a instabilidades apresentadas pelo sistema E-Sus, que não permitem a inserção do bairro. Porém, garantiu que equipes da vigilância municipal estão acertando a informação e que todos os pacientes com resultado positivo são avisados e monitorados. A cidade chegou a ser a segunda com mais casos não localizados (68) no início da semana.
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No caso de Vitória, a secretária de saúde informou que o bairro não encontrado é composto por endereços de pacientes que precisam ter outras informações conferidas. Os dados são monitorados e corrigidos constantemente. Na próxima atualização do painel esses endereços estarão devidamente registrados, garantiu. Anteriormente, o município aparecia com 11 casos de origem desconhecida.
Por causa do horário especial no qual tem funcionado durante a pandemia, a Prefeitura de Fundão afirmou que responderia os questionamento na manhã desta quinta-feira (21). No entanto, A Gazeta ainda aguarda o retorno. Assim que o receber, essa matéria será atualizada.
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