O município de Barra de São Francisco, no Noroeste do Espírito Santo, inaugurou um Centro de Atenção para pacientes com Covid-19, nesta sexta-feira (2). O local tem capacidade para internar até 50 pessoas. Após registrar uma explosão de casos e mortes decorrentes da doença, a cidade é apontada pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) como um dos epicentros da variante britânica do coronavírus.
A estrutura foi montada no prédio de uma faculdade particular, que estava fechado há alguns anos. Para a reforma e limpeza do local, foi feito um mutirão com servidores da prefeitura e voluntários. O espaço ganhou a doação de camas e colchões para começar a atender; o prefeito Enivaldo dos Anjos (PSD) chegou a fazer um apelo para conseguir os equipamentos.
O espaço foi organizado para desafogar o atendimento no Hospital Estadual Doutor Alceu Melgaço Filho, que fica no município e está operando com a capacidade máxima. O hospital está há mais de duas semanas com todas as UTIs para pacientes com o coronavírus ocupadas. Inclusive, todos os leitos que poderiam atender outras especialidades já estão com pacientes de Covid-19.
Segundo dados do Painel Covid-19, o município de 45 mil habitantes fechou o mês de março com 43 mortes pelo coronavírus. Em fevereiro, sete pessoas morreram pela doença.
Segundo a prefeitura, no primeiro dia de abril, já morreram mais três pessoas, aumentando para 112 a quantidade de óbitos na cidade, desde o início da pandemia. O total de casos do município é de 3.248.
Barra de São Francisco é considerada pela Sesa, ao lado de Piúma, como o epicentro da cepa inglesa, uma variante do coronavírus vinda do Reino Unido. A cepa identificada como B.1.1.7 é classificada como mais infecciosa e letal.
A pandemia reflete-se também no cemitério da cidade, embora muitas vítimas sejam levadas para sepultamento em distritos ou cidades onde nasceram na região. De acordo com a administração do cemitério municipal, na sede, de março de 2020 a fevereiro de 2021, foram enterradas, em média, 25 pessoas por mês. Já o mês passado terminou com 48 sepultamentos, a maioria de vítimas de Covid-19. Um aumento de 92% no número de enterros em relação à média dos meses anteriores.
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