Um menino de um ano e oito meses ficou ferido no rosto após ser mordido por um cachorro enquanto almoçava com o pai e a avó em um bar localizado na Praia de Itaparica, em Vila Velha, no início da tarde de sábado (26).
A avó da criança contou à repórter Juirana Nobres, da TV Gazeta, que o menino estava brincando perto do pula-pula quando, ao ver um caminhão, algo de que sempre gostou, saiu correndo em direção à grade de proteção que divide o espaço com a rua. Nesse momento, foi atacado pelo cachorro, que pode ter sido surpreendido com o movimento abrupto.
Segundo a proprietária do animal à família, é a primeira vez que o cão, que seria uma vira-lata já idosa, ataca uma pessoa. A tutora levou a família a um hospital privado do município e pagou pela consulta, antes de levar o garoto para tomar a vacina antirrábica em um posto público, onde estava disponível.
Embora satisfeita com a atitude da dona do animal, a avó da criança criticou a ausência de uma focinheira, que, na visão dela, teria evitado que o neto — que ficou com ferimentos nos lábios e em uma das bochechas, pouco abaixo do olho — se machucasse ou sofresse algum dano mais sério.
A proprietária do estabelecimento foi procurada, por telefone, mas não retornou às tentativas de contato até a publicação. A reportagem da TV Gazeta esteve no bar e há uma placa na entrada estabelecendo que, dentro do local, animais necessariamente precisam estar na coleira ou no colo.
A Prefeitura de Vila Velha foi acionada para esclarecer sobre as regras para permanência de animais em lugares como bares, restaurantes, e semelhantes, e informou que, “as definições nos estabelecimentos ou demais espaços privados são decididas pelo próprio local, desde que obedeça as regras de circulação da cidade.”
No município, “os animais em vias públicas devem portar coleira de identificação, estar acompanhados de maior de 16 anos e com guia. Se forem de grande porte, devem usar focinheira. É proibido animais nas areias das praias. Toda responsabilidade do animal é do tutor responsável. As denúncias podem ser feitas pelo 162 da ouvidoria", informou a prefeitura.
A dona da cadela, que pediu para não ser identificada, se pronunciou na tarde deste domingo (27), por meio de nota, e informou que lamenta o acidente, que aconteceu a despeito de todos os cuidados e de ter seguido as normas do estabelecimento, porque o menino teria se aproximado por trás do animal, correndo, e isso o teria assustado.
"Apesar de todas as normas de segurança terem sido observadas pelos tutores do animal, infelizmente a criança se aproximou desacompanhada, por trás do animal, assustando-o. Lamentamos profundamente o ocorrido e prontamente nos mobilizamos para a resolução do infortúnio."
Esclareceu ainda que manteve contato com a família, que informou, neste domingo (27), que o menino está bem. Confira a nota na íntegra:
Ligamos para o restaurante para perguntar se permitiam animais, o que foi prontamente autorizado seguindo as normas de segurança que era manter na guia curta e não circular, o que é suficiente já que as mesas são bem afastadas e o espaço é amplo. Nossa cachorra é de porte médio, vira-lata, dócil, idosa, vacinada, constantemente monitorada por médicos veterinários e nunca apresentou nenhum risco, sempre convivendo bem com outras pessoas e animais. Inclusive, acabou de passar por um check up anual de rotina.
Ao chegar no restaurante, escolhemos uma mesa muito distante (10m ou mais) de outras mesas para que ninguém se sentisse incomodado. A cachorra ficou presa com os tutores na guia curta, praticamente embaixo da mesa, que estava distante de qualquer outra mesa e a mais de 10m da mesa onde estava a família da criança com a mesma.
Os atendentes chegaram, atenderam, serviram e a cachorra nunca esboçou nenhum comportamento de ameaça, pelo contrário.
Em um dado momento fomos surpreendidos pela criança que veio correndo. A criança chegou por trás da cadela e foi com as mãos em direção às orelhas para puxar ou brincar. A cadela se assustou e empurrou ela com a boca aberta o que acabou gerando as escoriações.
Quando o pai da criança se aproximou e a pegou, notamos as escoriações, socorremos, tentamos pagar a conta da família, pagamos a nossa, nos encaminhamos imediatamente junto com a família para o hospital, pagamos a consulta particular de emergência no valor de R$350,00. Aguardamos na recepção até o final do atendimento. Quisemos ir na farmácia para comprar os remédios, porém eles estavam com pressa. Deixamos então nosso contato para que eles enviassem a nota dos medicamentos posteriormente para que pagássemos, o que já foi feito (no valor de R$46,49), e nos colocamos à disposição.
Mantivemos contato e mais tarde a família da criança nos ligou para passarmos os nossos dados para a vigilância epidemiológica, o que foi feito. Hoje a família entrou em contato para informar que está tudo bem.
Apesar de todas as normas de segurança terem sido observadas pelos tutores do animal, infelizmente a criança se aproximou desacompanhada, por trás do animal, assustando-o. Lamentamos profundamente o ocorrido e prontamente nos mobilizamos para a resolução do infortúnio.
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