Após o encerramento dos trabalhos de busca por vítimas, o Corpo de Bombeiros atua agora para tentar entender o que causou o desabamento de um prédio em Cristóvão Colombo, Vila Velha. Até o fim da manhã desta sexta-feira (22), três possibilidades foram levantadas pela corporação.
Em conversa com a reportagem de A Gazeta, o perito de incêndio e explosão do Corpo de Bombeiros, capitão Ivan Loreto, traçou três hipóteses principais: uma envolve um equipamento de solda, encontrado em meio aos escombros, o possível vazamento de gás de cozinha e, por último, o vazamento de gás de um veículo que estava no prédio.
“Encontramos livros de eletrônica, de física, algumas encomendas que haviam chegado recentemente sobre essa parte de material de eletrônica, multímetro. O que parece é que ele [idoso] tinha uma expertise para mexer com esse tipo de material. O que leva a crer que ele mexia com uma coisa relacionada a solda são os gases combustíveis que têm ali [no local do desabamento] para esse tipo de situação e também tem equipamento de solda com esse tipo de gás”, explicou.
O vazamento de gases do equipamento de solda poderia ser suficiente para gerar o colapso de toda a edificação, na avaliação de Ivan Loreto.
“Dependendo da quantidade e da forma que estivesse armazenada. O espaço era bem confinado, então, se eu estou em um espaço confinado e consigo uma combinação de ar e gás ideal, pode ter o colapso estrutural em uma ou duas colunas e aí o restante da estrutura vem abaixo, mas é uma análise preliminar. Ainda tem o trabalho pericial, que entrevista testemunhas, pessoa que sobreviveu para contar a rotina da casa e reconstituir como ocorreu”, informou.
MATERIAIS DE SOLDA E LIVROS SOBRE SOLDAGEM ENTRE OS ESCOMBROS
Sobre um possível vazamento de gás de cozinha, Ivan Loreto disse que essa é a primeira hipótese, logo que surge uma explosão em casa, mas até o final da manhã desta sexta-feira (22), essa fonte de gás não havia sido encontrada na área até então periciada e os técnicos iriam fazer uma busca na área do epicentro do desabamento.
Apesar de já ter três hipóteses, o perito destacou que o laudo final, que pode levar até 20 dias para ficar pronto, é que vai determinar de fato o que houve.
“Como a edificação colapsou, temos que fazer a reconstituição dela, temos que saber por onde passava gás, os pontos elétricos. É uma perícia mais delongada, porque toda a estrutura foi colapsada, temos que reconhecer como ela era antes, traçar hipóteses até chegar na final”, justificou.
Exatamente às 12h15, a doceira Larissa Morassuti e filha de Eduardo foi resgatada. Ela estava com vida, consciente e se encontra hospitalizada.
Menos de duas horas depois, a irmã dela, Camila Morassuti Cardoso, de 36 anos, também foi resgatada. Após ser localizada, os socorristas intensificaram os esforços para retirá-la dos escombros, mas quando o resgate ocorreu, a mulher já estava sem vida.
A adolescente Sabrina Morassuti Lima, de 15 anos, havia sido localizada com vida às 15h45, por um cão farejador chamado Case. No início, ela estava bastante comunicativa, porém, parou de conversar no fim da tarde e uma médica do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a entrar nos escombros, por um buraco de 45 centímetros de diâmetro, para levar oxigênio e medicamentos para a adolescente.
Após cerca de 30 minutos, a médica saiu dos escombros, mas não revelou o estado em que encontrou Sabrina. Os bombeiros sabiam da complexidade para resgatá-la porque estava sob lajes que desabaram, mas o trabalho era contínuo. À noite, por volta de 20h40, o corpo foi retirado.
O idoso Eduardo Cardoso, de 68 anos, foi resgatado durante a madrugada. Com isso, as buscas foram encerradas por volta das 2h30 da manhã.
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