O ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, voltou a descartar um novo processo de concessão para a BR 262. Em visita ao Espírito Santo nesta segunda-feira (5), ele destacou que o governo federal pretende realizar a duplicação da via com recursos próprios, com obras sendo gerenciadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Mas o problema é que faltam recursos. A aposta que vinha sendo negociada era a utilização do dinheiro do chamado Acordo de Mariana, uma repactuação de indenização pela tragédia ocorrida no Rio Doce em 2015 a partir do rompimento de uma barragem de rejeitos da mineração. Mas as negociações fracassaram e a negociação milionária foi suspensa no último dia 24.
“Precisamos de recursos para fazer a ampliação. Vamos priorizar a rodovia junto com a bancada de parlamentares do Espírito Santo”, disse Sampaio, que veio ao Espírito Santo para a assinatura do contrato de compra e venda do Porto de Vitória.
Segundo o ministro, o Dnit já contratou uma empresa para fazer a manutenção da rodovia. "Já entregamos alguns trechos. E já resolvemos que o Dnit irá fazer os investimentos de aumento da capacidade da via”, disse.
Na avaliação de Sampaio, o órgão federal possui corpo técnico competente para superar as dificuldades para a realização de obras de alguns trechos da via considerados de alto risco geológico.
Em junho deste ano o governo federal lançou um novo edital de concessão da BR 381, em Minas Gerais, confirmando a exclusão da BR 262 no Espírito Santo. Investidores avaliaram o trecho capixaba como área de alto risco geológico.
Ao longo dos anos, foram ao menos duas tentativas que fracassaram. Em ambas as ocasiões, ninguém apareceu para arrematar a rodovia. Em 2013, no governo Dilma Rousseff, o leilão chegou a acontecer, mas sem propostas.
Mais recentemente, em fevereiro deste ano, a Agência Nacional de Transporte Terrestres (ANTT) decidiu suspender o certame antes mesmo de ele acontecer. O órgão identificou que não havia interesse das empresas no projeto.
Embora fontes do setor tenham afirmado que, desta vez, as chances do Estado eram maiores, sempre houve a desconfiança de que os altos custos das obras previstas no projeto pudessem afastar os investidores.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta