O novo projeto de duplicação da BR 262 prevê que a rodovia passe por um novo traçado entre Viana e a Marechal Floriano. Estudos realizados pela Superintendência do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Espírito Santo apontam que essa é a melhor solução para vencer as dificuldades impostas pela geografia montanhosa da região. A revelação foi feita pelo superintendente regional do Dnit, Romeu Scheibe Neto, em entrevista à rádio CBN Vitória, nesta segunda-feira (1º).
Com a alteração, o trecho atual, entre Viana e Marechal Floriano, deve ser repassado do governo federal para o Estado, deixando-o como uma rota turística. Já a nova via a ser construída entre essas duas cidades teria cerca de 23 km e a expectativa é que conte com um túnel e viadutos, parecidos com os da Rodovia dos Imigrantes, em São Paulo. A via é conhecida por desafiar a engenharia ao passar sobre pilares elevados e atravessar a cadeia montanhosa da Serra do Mar.
A reportagem de A Gazeta acompanha as tratativas sobre esse novo projeto da BR 262 desde o fim de 2023, após a inauguração do Contorno do Mestre Álvaro. Romeu Scheibe Neto afirma que os estudos têm prazo de três anos para serem concluídos, mas ainda não é possível afirmar exatamente quando serão finalizados.
“Já fizemos um estudo de validação do traçado e chegamos à conclusão que, de Marechal Floriano até a divisa com Minas Gerais, a duplicação vai acontecer no mesmo traçado da rodovia existente, ampliando a capacidade para o lado direito e esquerdo. Mas, de Marechal Floriano para baixo, está dando a viabilidade de nós executarmos um novo traçado da BR 262, fugindo daquela região complicada que temos atualmente e encurtando a rodovia”, destaca.
Ainda segundo o superintendente, esse novo traçado deve encurtar a rodovia em até 4 km, diminuindo o tempo gasto pelos motoristas na via. Questionado sobre o caminho por onde deve passar o novo trecho, Romeu afirmou que ainda não pode divulgar, para não fomentar a especulação imobiliária na região.
“O estudo está sendo avaliado pelo nosso time de técnicos em Brasília para validar o levantamento aqui na superintendência”, pontua.
A BR 262 foi dividida em cinco segmentos pelo Dnit. O primeiro é o trecho do novo traçado, por onde as obras devem começar prioritariamente.
“Esse segmento vai compor o lote 1. São muitas ‘obras de arte’, pontes curtas, mas altas demais, mais ou menos como a da Rodovia dos Imigrantes, em São Paulo. Estamos estudando ainda um túnel, mas não significa que vai ter”, ressalta.
Para a execução da duplicação, serão necessárias desapropriações. “100% do trecho vai ter que ser desapropriado. Nós vamos comprar o terreno para poder implantar a rodovia”, destaca Romeu.
O superintendente afirma que a concessão não está descartada, mas as obras podem ter empenho financeiro do governo federal. “A gente nunca teve um projeto de engenharia detalhado com o nível que está sendo feito. Nas ocasiões em que a BR 262 foi a leilão, 'subiu no telhado', porque a rodovia iria ser passada do jeito que estava. Quem vai realizar a obra é o capítulo dois dessa história. Existe uma expectativa de que o Dnit faça a obra, pelo menos do lote 1, mas a iniciativa privada não está descartada”, aponta.
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