A partir desta segunda-feira (26), está paralisada a aplicação da segunda dose da vacina Coronavac contra a Covid-19 em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo. Segundo informações da prefeitura da cidade, o motivo é a falta de doses que atinge o Espírito Santo e outras regiões do país.
De acordo com a prefeitura, a paralisação é temporária, mas não tem uma data definida para retornar. A prefeitura orientou que os moradores com prazo da segunda dose da Coronavac vencendo nesta semana não procurem as salas de vacinação até que o município receba nova remessa da vacina e orientações da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) para remarcação da aplicação.
A Coronavac é produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, em São Paulo, em parceria com o laboratório farmacêutico chinês Sinovac e tem a previsão de intervalo de 28 dias entre a aplicação da primeira e da segunda doses, necessárias para que se tenha a imunização completa.
Na noite deste sábado (24), o secretário de Estado da Saúde (Sesa), Nésio Fernandes, usou as redes sociais para falar sobre o assunto e explicou que o calendário de vacinação será atualizado e que a situação não é preocupante.
“Os insumos já chegaram no Instituto Butantan e até a primeira quinzena de maio serão fornecidas progressivamente todas as doses necessárias para aplicação da segunda dose. O calendário será atualizado e seguiremos avançando na luta contra a Covid-19”, escreveu o secretário.
Em comunicado, a Prefeitura de Cachoeiro afirma que, "embora haja a indicação para que a segunda dose seja aplicada até 28 dias após a primeira, não há prejuízo para a eficácia imunológica se a aplicação é feita em intervalo maior".
O secretário de Estado da Saúde comentou se o atraso pode comprometer o efeito da primeira dose.
“A vacina é um imunizante poderoso. Após aplicada não é um produto que se decompõe pela validade de dias. Até o presente momento, a ampla maioria dos estudos reforçou vantagens na ampliação do prazo de aplicação entre as doses. Na imensa maioria das vezes, não há prejuízo na produção de anticorpos com a ampliação breve do período entre as doses. Já há uma grande proteção contra a infecção, casos moderados, graves e óbitos”, explicou Nésio.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) de Cachoeiro de Itapemirim, a instabilidade da produção do imunizante – que gerou o desabastecimento nacional e foi ocasionada pela falta de insumos – foi sanada pelo Instituto Butantan na última semana, o que normalizará a distribuição de novas doses aos Estados e municípios.
O secretário Nésio Fernandes falou sobre o atraso. “Existia estabilidade na produção da Coronavac, o Ministério da Saúde e o Butantan decidiram por orientar a aplicação da primeira dose baseado nela. Estados e Municípios cumpriram a orientação. Se tivesse mantida a estabilidade, não teríamos atrasos".
Ainda durante a transmissão de sábado (24), Nésio Fernandes ressaltou que quem recebeu a primeira dose de Coronavac não deve receber a segunda de outro laboratório, ou seja, quem recebeu Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, não deve receber a Oxford/AstraZeneca, produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
“Não existem estudos de segurança e eficácia disponíveis para subsidiar o cruzamento de doses de fabricantes distintos. No Plano Nacional de Imunização nunca contraindicamos abandono de esquema por atrasos na aplicação das doses de ampla maioria das vacinas. Atenção: não existe intervalo máximo entre as doses”, finalizou o secretário.
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