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Cachorro que morreu de calor em voo: companhia aérea nega danos morais

Cachorro que morreu de calor em voo: companhia aérea nega danos morais

A companhia ofereceu ao rapaz uma indenização de R$ 2.255,00, que engloba o exame necroscópico, o sepultamento e o valor da passagem aérea; tutor vai recorrer da decisão

Publicado em 20 de agosto de 2020 às 20:19

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Tom morreu de calor durante voo de São Paulo para Vitória; David levou caso à Justiça
Tom morreu de calor durante voo de São Paulo para Vitória; David levou caso à Justiça. (Arquivo pessoal)

Os desdobramentos sobre a história do Tom, cãozinho que morreu de calor durante viagem de avião de São Paulo para Vitória em dezembro do ano passado, continuam. David Póvoa Canuto, analista de relações internacionais, de 28 anos, entrou com uma ação na Justiça contra a companhia aérea Gol, e a sentença saiu na última segunda-feira (20) negando ao rapaz os danos morais pela perda cruel do animal.

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Achamos que não tinha como piorar e nos surpreendemos. Aparentemente, o caso foi tratado como atraso de voo, e não foi dada a mínima importância para isso

David Póvoa Canuto
Tutor do Tom
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A companhia ofereceu ao rapaz uma indenização de R$ 2.255,00, que engloba o exame necroscópico, o sepultamento e o valor da passagem aérea que havia sido adquirida para transporte do Tom.

De acordo com a Liberfly, empresa que media a resolução de problemas aéreos na America Latina, a Gol apresentou inicialmente ao caso uma proposta de acordo em voucher (duas passagens de ida e volta), que desde logo a empresa considerou totalmente inviável diante da gravidade do caso, assim como o David.

"Como essas tratativas não foram efetivas, o David aceitou seguir com um processo judicial contra a Gol, que foi ajuizado por um escritório de advocacia indicado pela Liberfly. É importante ressaltar que em momento algum houve nova tentativa de contato da companhia, nem outras eventuais propostas para que houvesse uma negociação", disse Mariana Athayde, assistente legal da Liberfly.

No dia 13 de agosto, então, o escritório indicado pela Liberfly, que acompanha o caso do David e do Tom, entrou em contato para informar que a sentença do caso tinha saído. "A juíza concedeu apenas uma indenização por danos materiais. Com relação aos danos morais, que são os mais importantes, ela entendeu que a perda não seria suficiente para que o David fosse indenizado. Um verdadeiro absurdo!", completou.

Tom morreu de calor durante voo de São Paulo para Vitória; David levou caso à Justiça
Tom morreu de calor durante voo de São Paulo para Vitória; David levou caso à Justiça . (Reprodução | Instagram)

Com o auxílio do escritório de advocacia que acompanha o caso, o tutor de Tom foi informado que vai ser apresentado um recurso contra essa sentença, porque, na opinião da empresa, é impossível dizer que a morte de um animal por responsabilidade da Companhia Aérea não seja passível de indenização. "É uma verdadeira injustiça", acrescentou a assistente legal.

O QUE DIZ A GOL

Acionada pela reportagem de A Gazeta, a assessoria da Gol — Linhas Aéreas informou que recebeu os questionamentos da imprensa e que vai respondê-los assim que possível.

RELEMBRE O CASO

Na véspera do Natal de 2019, o capixaba David deixava São Paulo, onde mora atualmente, para vir para a cidade natal, Vitória, passar o feriado com a família. Na "bagagem", David trouxe o melhor amigo, o cãozinho Tom, que tinha quase dois anos. O caso ganhou visibilidade depois que David publicou a história nas redes sociais na última segunda-feira no início deste mês, após receber uma proposta de compensação por parte da companhia aérea que o deixou revoltado.

Foi o primeiro contato que a empresa fez, desde que ele acionou a Justiça, em janeiro. Tom, batizado como Antônio Carlos em homenagem ao cantor Tom Jobim, precisou viajar longe do tutor, no porão do avião, por conta do porte. O que ninguém esperava é que aconteceria uma tragédia: o voo de David atrasou de São Paulo para Vitória, os passageiros ficaram aguardando na aeronave e o cachorrinho, dentro do porão. Ao chegar na Capital capixaba, o analista recebeu a notícia de que Tom havia morrido durante o voo.

Ao receber a informação de que seu melhor amigo tinha morrido, David literalmente foi ao chão, desesperado, sem entender o que tinha acontecido. O rapaz reclama que não teve apoio algum da Gol Linhas Aéreas naquele momento e que uma pessoa da equipe sugeriu que ele congelasse o corpo do animal em um freezer, para depois enterrar.

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David revela que levou Antônio Carlos para fazer uma necrópsia e o laudo apontou que o Tom morreu em decorrência do calor por ter ficado muito tempo no porão, provavelmente sem ar condicionado e refrigeração alguma.

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