Animais de alguns bairros de Vitória estão adoecendo após saírem para passear com os tutores. Na maioria dos casos, segundo especialistas, os principais sintomas são de envenenamento. Até o momento, já houve registros em Bento Ferreira, Enseada do Suá e Praia do Canto. O motivo da intoxicação, no entanto, ainda é um mistério.
Foi o que a publicitária Graziela Pontini acredita que tenha acontecido com o Cookie, um Jack Russell Terrier de dois anos, enquanto ele passeava com a família na Praça dos Namorados, há menos de quinze dias.
Durante o trajeto, o animal foi até a parte de trás de um banco, onde havia bastante grama. Ela observou, logo em seguida, que algo estava errado com o cachorro. Graziela avisou ao marido e saiu correndo com ele até o veterinário. No caminho, dentro do carro, Cookie já quase não se mexia.
“Cheguei na clínica com ele todo mole. Já mandaram para a emergência. Da praça até a clínica foi coisa de cinco minutos, então foi muito rápido. Talvez a rapidez tenha ajudado”, contou a mulher.
O animal foi tratado por especialistas e conseguiu sobreviver. Graziela acredita que ele não tenha comido nada, apenas inalado alguma substância – o que foi confirmado por exames.
Logo após o caso, a publicitária postou em uma rede social o seu relato e orientações. Depois disso, passou a receber relatos parecidos de tutores de outros cachorros.
“No dia que levei meu cachorro, o veterinário disse, ao final do atendimento, que estava saindo para um atendimento igual ao caso do meu”.
O médico veterinário Marcus Campos Braun conversou com a reportagem de A Gazeta e afirmou que atendeu um caso parecido na primeira semana de junho. Segundo ele, o animal, que era extremamente saudável, teria comido algo nas ruas do bairro Bento Ferreira que lhe fez mal. Em menos de trinta minutos, não resistiu e morreu.
"Conversando com o consultório, o tutor disse que a buldogue estava passeando na rua, comeu algo, chegou em casa e começou a passar muito mal. Vomitou bastante, teve convulsões e veio à óbito. O quadro foi de intoxicação por algum veneno. O elemento que causou isso, no entanto, não dá para afirmar. Acreditamos que seja chumbinho, por conta da sintomatologia. Parece que a família recebeu mensagens de outras pessoas do bairro, dizendo que passaram pela mesma coisa", contou.
Alguns dos sintomas de envenenamento são: vômitos, sialorreia (excesso de saliva), convulsão, síncopes (desmaios rápidos), tremores, entre outros.
- Não permita que o cão pegue objetos e alimentos do chão enquanto passeia;
- Se ele for difícil de controlar, o ideal é utilizar uma focinheira que evite o contato oral com o veneno;
- Ao avistar qualquer alimento no chão, troque de calçada imediatamente;
- Limpe as patas do animal ao chegar em casa, para eliminar qualquer possível resíduo;
- Evite passear com o cachorro solto;
- Examine se não há nada contaminado em locais próprios para os cachorros, como o Pracão.
Questionada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam) informou que, durante a tarde da última quinta-feira (15), técnicos visitaram os locais apontados por moradores pelas redes sociais, observaram e analisaram as áreas ajardinadas. No entanto, conforme apontou a pasta, nada de irregular foi encontrado.
"As áreas verdes da capital contam com tratamento fitossanitário, por meio de produtos inspecionados e liberados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), não possuindo potencial de causar mal súbito em animais domésticos. Os produtos utilizados são monitorados por técnicos e engenheiros da secretaria", acrescentou.
A administração municipal ainda frisou que não foi notificada de nenhum caso e pediu para que os tutores lesados denunciem. "A Semmam ressalta que não há chamados abertos por moradores nos canais oficiais da Prefeitura de Vitória (Fala Vitória 156) sobre os casos relatados e, por esse motivo, reforça a importância de se registrar as ocorrências por meio do 156, informando o endereço correto para melhor análise da equipe", disse, em nota.
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