O que já estava ruim, ficou ainda pior. Após trincas e rachaduras de até 40 centímetros aparecerem em parte do calçadão da Praia da Areia Preta, em Guarapari, no começo desta semana, agora parte da estrutura danificada desmoronou. O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES) avalia a necessidade de interditar o prédio que fica rente ao local afetado.
Na manhã desta sexta-feira (18), um pedaço considerável do trecho ruiu e o restante da área afetada ameaça também desmoronar. A força da água constante incidindo sobre o local avariado fez com que a estrutura não suportasse. Preventivamente, o local está isolado desde a última segunda-feira. A circulação de pedestres, além do acesso de moradores do prédio, que possui uma entrada pelo calçadão, estão proibidos por questões de segurança.
Segundo o Crea-ES, que voltou ao local, a identificação de um deslocamento do muro de arrimo em um trecho do calçadão da Praia da Área Preta, nos arredores do Edifício Solar do Atlântico, pode indicar o comprometimento total da estrutura e provocar acidentes.
Uma equipe multidisciplinar do Crea-ES, que acompanha a situação da área desde segunda-feira (14), realizou uma nova vistoria e avaliou os riscos de colapso da estrutura diante dessa nova movimentação.
“A situação evoluiu e o muro já começou a se deslocar e aumentaram os riscos para a população que circula na região e para os empreendimentos no entorno. Já estamos fazendo contato com a Defesa Civil e a Prefeitura Municipal. Há possibilidades de que recomendemos, ainda hoje (18), a interdição total do edifício”, disse o presidente do Crea-ES, o engenheiro Jorge Silva.
Além do risco para o Edifício Solar do Atlântico, o Crea alerta para a drenagem constante do solo abaixo da área afetada, que está sendo levada para o mar, o que pode ainda afetar as tubulações de água e esgoto existentes no trecho.
Diante do cenário de destruição ocorrido, o Crea salientou que será preciso uma grande intervenção para recuperar o trecho afetado e com uma estrutura mais reforçada para suportar a força que incide no calçadão.
A reportagem de A Gazeta demandou a Prefeitura de Guarapari para saber quais medidas serão adotadas após o desmoronamento de parte do calçadão e o risco iminente ao prédio.
Em nota, a administração municipal, por meio da Secretaria de Obras Públicas e Serviços Urbanos (Semop), informou que o local está sendo monitorado pela Defesa Civil de Guarapari. A pasta destacou ainda que já foi aberto processo de contratação do serviço emergencial para proteção do muro de arrimo e reconstrução do calçadão.
A Prefeitura de Guarapari explicou que, embora a área seja da União, a obra em questão é de responsabilidade do município. Ainda não há previsão de interdição do edifício Solar do Atlântico, segundo a administração municipal.
Após publicação desta matéria, a Prefeitura de Guarapari respondeu à demanda de A Gazeta informando as medidas adotadas pelo município em relação ao ocorrido. O texto foi atualizado.
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