Dois médicos com registros em São Paulo, Minas Gerais e Pará estão sendo investigados pelos Conselhos Regionais de Medicina de seus respectivos estados por declarações sobre o câncer de mama. As informações passadas pelos profissionais em suas redes sociais foram classificadas como fake news pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Em vídeos publicados nas redes sociais, durante o Outubro Rosa, mês dedicado à conscientização sobre a doença, a médica Lana Almeida, do Pará, chegou a afirmar que o câncer de mama não existe. Já Lucas Ferreira Mattos, com registro em São Paulo e Minas, disse em rede social em mamografia causa câncer de mama.
Diante das informações publicadas pelos profissionais, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) se manifestou dizendo que em pleno Outubro Rosa, "quando o tratamento e a prevenção do câncer de mama deveriam ser o foco principal de atenção, temos visto com tristeza o surgimento de postagens que afirmam absurdos".
Comunicado assinado pelos médicos Augusto Tufi Hassan, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia e Guilherme Novita, diretor-geral da Escola Brasileira de Mastologia, desmente afirmações feitas pelos profissionais investigados.
Já o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) esclarece que a realização de exames de mamografia é fundamental para a detecção precoce de alterações mamárias, aumentando as chances de tratamento bem sucedido e reduzindo a necessidade de intervenções invasivas.
Ainda na nota, a SBM ressaltou que tratamento do câncer de mama teve inúmeros avanços nos últimos anos e que os casos iniciais da doença têm taxas de cura superiores a 95%, utilizando cirurgias que preservam a mama e muitas vezes sem necessidade de quimioterapia.
"Apesar de todos estes enormes avanços, muitas pessoas ainda têm a visão antiga da doença, que era geralmente mortal e necessitava de tratamentos agressivos como mastectomia e quimioterapia. O desconhecimento dos avanços da medicina cria campo fértil para a atuação destas pessoas mal-intencionadas, que visam desinformar para obter lucros pessoais", afirmam os médicos.
O Inca também se posicionou contra a desinformação divulgada pelos médicos, salientando que o câncer de mama é uma doença real e comprovada cientificamente, sendo um dos tipos de câncer mais comuns entre mulheres no Brasil e no mundo.
"Diagnósticos e tratamentos precoces são fundamentais para reduzir a mortalidade pela doença, assim como são de suma importância os exames de rastreamento, como a mamografia, e campanhas de conscientização como o Outubro Rosa", diz trecho da nota.
O Instituto acrescentou que "a desinformação sobre a inexistência do câncer de mama não tem respaldo científico e prejudica a saúde pública, colocando vidas em risco ao desencorajar exames preventivos e tratamentos essenciais".
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