Familiares de quatro pescadores profissionais estão vivendo dias de aflição. No último dia 6, os homens embarcaram no barco "Vivendo na Fé", em Alcobaça, na Bahia, com destino ao Espírito Santo. De acordo com informações da Capitania dos Portos, na manhã desta quarta-feira (27), foi recebido um aviso da Rádio Costeira de Itapemirim informando que uma embarcação pesqueira emborcada havia sido vista a cerca de 50 milhas náuticas (100 km) ao leste de Regência, em Linhares.
A Capitania afirmou ainda que, diante das informações obtidas nesta quarta-feira, as buscas pelos quatro tripulantes desaparecidos ocorrem com o emprego da Lancha Curimata, com apoio do Núcleo de Operações e Transporte Aéreo da Secretaria da Casa Militar (Notaer).
De acordo com a Marinha do Brasil, nos esforços realizados até o momento, não foram encontrados indícios que pudessem contribuir para a localização dos tripulantes. O órgão esclareceu que mantém contato com os familiares dos desaparecidos, mantendo-os atualizados sobre as buscas.
As causas e responsabilidades do acidente, segundo a Marinha, serão apuradas no Inquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN), conduzido pela CPES. Concluído o inquérito e cumpridas as formalidades legais, o documento será encaminhado ao Tribunal Marítimo, que fará a devida distribuição e autuação e dará vista à Procuradoria Especial da Marinha para adoção das medidas previstas.
De acordo com Suellen Lyrio, proprietária da embarcação, os pescadores passaram cinco dias pescando na Bahia e, durante esse período, foi mantido contato com eles. "Depois desses dias, a embarcação veio descendo para Vitória, pela região de São Mateus, onde o mestre do barco é acostumado a pescar. Eles teriam um período de 14 ou 15 dias no mar. Ou seja, deveriam ter chegado em Vitória no máximo no último dia 20", disse.
A vendedora Camila Santos Nascimento, de 31 anos, é filha de Rogério de Oliveira Nascimento, de 58 anos, um dos desaparecidos. Ela disse que o pai saiu de casa, no bairro Bom Pastor, em Viana, no dia 27 de setembro e seguiu de ônibus, acompanhado do irmão, para pescarem juntos na cidade baiana.
"Antes de pescar, meu pai se aborreceu com meu tio, soube que tinha um barco vindo e pediu uma carona. No dia 6 de outubro, ele disse que chegaria em 15 dias. Hoje, encontraram o barco deles. Estava ancorado, mas virado. Sem ninguém. Os mergulhadores vasculharam a região, mas ninguém foi encontrado", disse Camila.
Ela acredita que o pai e os demais tripulantes tenham percebido um problema no barco e seguido em outro veículo com destino ainda desconhecido. O tio dela, que ficou na Bahia à época da suposta confusão, já está no Estado. "Meu pai é profissional, sempre pescou. Isso nunca havia acontecido. Acreditamos que ele está bem e logo será encontrado", afirmou.
Antônio Luiz Rodrigues Pereira, de 57 anos, mestre do barco, com mais de 40 anos de experiência.
Rogério de Oliveira Nascimento
Imaclei Pinheiros Neves, 33 anos, estava na primeira viagem em alto-mar.
José Henrique Lopes da Silva
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