Um cachorro da raça golden retriever, de apenas 2 meses e quatro dias, morreu após viajar de avião de São Paulo para o Rio de Janeiro. O caso ganhou repercussão nas redes sociais após um desabafo da capixaba Gabriela Duque, de 24 anos, tutora do animal de estimação.
Em nota enviada à imprensa, Gabriela e família informaram que Zyon morreu após um voo realizado pela Latam no último dia 14 de setembro. Eles pedem esclarecimentos à companhia aérea sobre o que aconteceu.
Gabriela relatou em um post do Instagram que o embarque do cão foi realizado às 13h do dia 14, no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, pela equipe responsável pelo canil de origem do animal.
A nota enviada pela assessoria da dona do animal diz que Zyon embarcou com outros cães que possuíam destinos diferentes e chegaram sãos e salvos aos seus donos em diferentes regiões do Brasil. "Anteriormente ao embarque, foram realizadas filmagens e o animal se encontrava em pleno estado de saúde e disposição", informou.
Os exames toxicológicos, segundo a dona, confirmaram que não foram encontradas nenhuma substância no corpo do animal, refutando as hipóteses de que ele teria sido dopado para a viagem.
Gabriela ainda não conhecia Zyon. O voo chegou ao destino às 13h52. Ela relata que, após diversas tentativas de contato com a equipe da companhia aérea, apenas às 15h30 o cão foi levado para a tutora.
No momento da entrega, Gabriela diz que assinou um termo datado e com horário, mas o animal já se encontrava com dificuldades para respirar e estava irrespondível.
A tutora do animal detalha que, apesar dos inúmeros pedidos, não houve socorro imediato por parte da companhia aérea. Apenas por volta das 17h, Zyon foi levado ao hospital veterinário pela dona, com um funcionário da empresa, em um carro de aplicativo de transporte.
O cão foi internado imediatamente, mas, segundo a equipe de médicos, Zyon sofreu hipertermia, hiperglicemia e não estava oxigenando direito. O animal não resistiu e faleceu nas horas seguintes à internação. O atestado de óbito apontou "parada cardiorrespiratória" como a causa da morte.
Ainda consta na nota que, após a repercussão nacional da postagem feita por Gabriela em rede social relatando o ocorrido, houve o envolvimento de diversas outras organizações e personalidades, contribuindo ainda mais para a divulgação do caso.
"Entretanto, apesar da resposta da companhia aérea a terceiros que se manifestaram em relação ao caso, com nota e proposta de reunião para revisão dos protocolos de transporte de animais, a senhora Gabriela e família Duque ainda aguardam os devidos esclarecimentos da empresa sobre o período em que Zyon passou desde o desembarque até o encontro", diz.
Gabriela e sua assessoria afirmam que, de fato, houve o contato por parte do setor de Relacionamento com o Cliente da Latam, mas que, no entretanto, não houve respostas claras ou propostas de reparação concretas.
"A família estuda a possibilidade de entrar com ação judicial, na tentativa de obter reparação e encerramento ao episódio que ainda causa muita dor. Entretanto, ainda resta a indignação pelo descaso com que os animais são tratados", finaliza a nota.
A reportagem de A Gazeta acionou a Latam sobre a situação. Em nota, a companhia afirmou que se sensibiliza muito com o que aconteceu e diz que está em contato com a cliente Gabriela desde o desembarque do animal, prestando a assistência necessária até o momento presente.
A empresa disse que seguiu todos os procedimentos de aceitação e transporte do pet e pontuou que, desde o embarque no Aeroporto de Guarulhos, o animal foi acompanhado conforme os mais rígidos protocolos de segurança, aguardando em ambiente refrigerado até a entrada na aeronave e permanecendo hidratado ao longo do trajeto.
"Logo após o pouso, ainda dentro do kennel (caixa de transporte), a nossa equipe do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (Galeão) identificou que o animal encontrava-se com sinais de mal-estar e, imediatamente, atuou para que ele fosse transportado a uma clínica veterinária em uma van dedicada e em tempo mais rápido do que o padrão para esta operação", disse a Latam.
A companhia alega que Zyon não foi exposto ao sol ou passou calor e diz que a equipe esteve junto dele e de sua tutora durante todo o atendimento, e se manteve disponível via telefone inclusive após a internação do cão. "Esclarecemos que a Latam obedece às mais restritas normas de segurança para transportes de pets, seguindo procedimentos baseados no Regulamento de Animais Vivos e tendo protocolos ainda mais rígidos que a portaria 93 do Ibama, garantindo uma execução segura em todas as etapas do processo de transporte", acrescentou.
Por fim, a Latam reiterou: "a segurança é um valor inegociável, reforçando que se solidariza com a tristeza vivida pela cliente e que fará tudo que está ao seu alcance para oferecer a assistência necessária neste momento. A Latam permanece em contato com a Gabriela, que sinaliza compreensão quanto ao posicionamento e procedimentos adotados pela companhia".
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