Com o novo avanço da pandemia do coronavírus, as regras para evitar a disseminação da Covid-19 estão ficando mais rigorosas. O poder público está estipulando medidas para que a população possa cumprir, mas uma moradora de São Mateus, no Norte do Espírito Santo, foi além. Ela criou seu próprio decreto para impedir que vírus entre em sua casa.
Estudante de Direito, Gabryela Correia Araújo Pereira, 22 anos, aproveitou o conhecimento do curso e criou uma série de regras que devem ser cumpridas pelos familiares. As medidas incluem a retirada do calçado e até banho quando o retorno é de locais com maior circulação de pessoas. “Na nossa casa deveria ser o lugar mais protegido, e para isso a gente teria que estipular algumas coisas para cuidar da nossa saúde. Por isso, conforme a nossa rotina diária e as recomendações da OMS, as ideias foram formuladas”, conta.
A estudante levou a sério a regulamentação e escreveu as normas como as leis são escritas, com artigos, parágrafos e assinaturas dos moradores da casa. “ Com toda essa pandemia que assola nosso país e o mundo, resolvi aplicar em casa o aprendizado na faculdade. Sempre tivemos medo da Covid-19 e percebemos que muitas pessoas têm relaxado com o passar do tempo. Então juntei o conhecimento do meu curso com a necessidade de conscientizar as pessoas de nosso convívio”, explicou.
As regulamentações foram colocadas nas entradas da residência. “Como a minha casa pega duas ruas, colocamos um decreto em cada entrada”, relata.
A estudante vive com os pais, mas a casa costuma receber visitantes, que também devem cumprir a risca o que foi estabelecido. “Diariamente meu namorado, minha avó, minha irmãs, cunhados e sobrinhas estão aqui”, afirma a jovem.
Segundo Gabryela, a ação é importante para evitar a disseminação do vírus e conscientizar as pessoas que convivem com a família “Eu e meus pais fizemos o 'decreto' em conjunto, nós obedecemos até porque é a nossa saúde que temos que priorizar, e nos adaptar ao novo normal. Quem convive constantemente com a gente, está sendo conscientizado para respeitar, e isso é o suficiente”, falou.
A iniciativa parece ter dado certo, a estudante afirmou que nenhum morador da casa ainda foi diagnosticado com a doença. “Mas o medo é constante e nós cuidamos de todas as maneiras possíveis”, destaca.
Mas se alguém descumprir as regras, será que tem punição? Segundo a jovem, ela até pensou em estipular alguma coisa, mas achou melhor o caminho da conscientização. “Eu até pensei em colocar algo para ser uma coisa mais descontraída, como uma multa simbólica, algum serviço doméstico, mas cheguei a conclusão que esse decreto foi feito para a gente se conscientizar, e não fazer algo por obrigação por ter medo de alguma penalidade” relata.
A jovem destacou que espera que o exemplo passe para a casa de outras famílias. “O meu objetivo é incentivar as pessoas a fazerem o mínimo para se cuidar nessa fase tão ruim que estamos passando”, afirmou.
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