A pesquisadora capixaba da Fiocruz e pneumologista Margareth Dalcolmo foi eleita, na noite desta quinta-feira (11), para ocupar a cadeira 12 da Academia Nacional de Medicina. A estudiosa recebeu 69 votos dos 80 membros votantes da ANM. O ocupante anterior da cadeira era o médico pediatra Azor José de Lima, que foi professor-emérito da UniRio, falecido em agosto de 2020. Margareth é a quinta mulher a se tornar membro da Academia.
Dona de uma rica carreira acadêmica, a pesquisadora nasceu em Colatina, na Região Norte do Espírito Santo. Ficou ainda mais conhecida durante os dois primeiros anos da pandemia de Covid, quando foi uma das principais referências para tratar do assunto em jornais, rádios e televisões.
Doutora em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Dalcolmo é pesquisadora sênior da Fiocruz e foi eleita presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para o período de 2022 a 2024. A pneumologista é membro das sociedades brasileiras de Pneumologia e Tisiologia e de Infectologia, da REDE TB de Pesquisa em Tuberculose e do Steering Committee do Grupo RESIST TB da Boston Medical School.
Docente da pós-graduação da PUC-RJ, Dalcolmo é membro e ex-coordenadora da Câmara Técnica de Pneumologia e Cirurgia Torácica do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj).
Dalcolmo também recebeu títulos e premiações. Entre eles o de Mulher do Ano da revista ELA do jornal O Globo; o Personalidade do Ano da Arquidiocese do Rio de Janeiro; o Prêmio Doutora Nise da Silveira da Prefeitura do Rio de Janeiro; o 20 Mulheres de Sucesso da revista Forbes; e o Personalidade do Ano de O Globo.
Em dezembro de 2021, ela lançou o livro Um tempo para não esquecer – A visão da ciência no enfrentamento da pandemia do coronavírus e o futuro da saúde, pela editora Bazar do Tempo. A obra, que reúne artigos escritos semanalmente para O Globo, é uma espécie de diário que documenta a visão da ciência em sua missão humanista.
Primogênita de três irmãs de uma família de juristas com formação muito católica, ela nasceu em Colatina, onde viviam seus pais e a avó materna. Aos dois anos de idade se mudou com a família para o Rio de Janeiro, onde cresceu no Bairro de Laranjeiras. “Sempre fui uma leitora voraz, desde muito menina. E me divertia sendo das primeiras alunas de classe”, lembrou em entrevista ao repórter Guilherme Sillva em abril de 2020.
Se formou médica, tornando-se um dos principais nomes da pneumologia no país. Foi casada com o imortal Candido Mendes, da Academia Brasileira de Letras, que dá nome à universidade Candido Mendes.
Fundada no Rio de Janeiro sob o reinado do imperador Dom Pedro I, em 30 de junho de 1829, a ANM mudou de nome duas vezes, mas seu objetivo mantém-se inalterado: contribuir para o estudo, a discussão e o desenvolvimento das práticas da medicina, cirurgia, saúde pública e ciências afins, além de servir como órgão de consulta do Governo brasileiro sobre questões de saúde e de educação médica.
Desde a sua fundação, seus membros se reúnem toda quinta-feira, às 18h, para discutir assuntos médicos da atualidade, numa sessão aberta ao público. Esta reunião faz da Academia Nacional de Medicina a mais antiga e única entidade científica dedicada à saúde a reunir-se regular e ininterruptamente por tanto tempo. A Academia também promove congressos nacionais e internacionais, cursos de extensão e atualização e, anualmente, distribui prêmios para médicos e pesquisadores não pertencentes aos seus quadros.
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