Para quem está acostumado a lidar com situações bem mais difíceis, um dia nublado não é desculpa para ficar na cama por "mais cinco minutinhos". Não mesmo. Uma corrida inédita realizada na manhã deste domingo (18), para marcar a campanha do Outubro Rosa, contou com a presença de mais de 500 mulheres em todo o Espírito Santo. Dentre elas, a pedagoga Neuza Bená, 50 anos, que venceu o câncer de mama, e a filha Elayne Bená, 30, que atualmente faz tratamento contra o linfoma de Hodgkin.
A ideia do Desafio Superação era que cada pessoa pudesse correr como achasse melhor: em uma esteira, dentro de casa; sozinha, na rua; ou em grupo, como fizeram Neuza, Elayne, e cerca de 30 outras mulheres, que percorreram a orla da praia de Camburi, em Vitória.
"Já era um hábito nosso fazer caminhadas, mesmo antes da doença. Agora, há um ânimo a mais. Não desistimos e a competição é uma forma de incentivar outras mulheres a cuidarem da saúde", afirma Neuza.
Ela explica que descobriu o câncer em abril de 2019, após uma consulta médica. O tratamento, que começou quase que imediatamente, durou pouco mais de um ano. Há poucos dias, veio a boa notícia: "a doença está controlada, graças a Deus! Passei por uma consulta na semana passada, e o médico disse que não tenho mais nada. Agora é só fazer acompanhamento."
Hoje, é Elayne quem enfrenta um câncer, descoberto há poucos meses. Toda a força que a minha mãe teve quando passou pelo tratamento dela, é a mesma coisa comigo. Ela me dá forças e me ajuda muito. Por causa disso, faço minhas caminhadas, uma alimentação saudável. Tenho me cuidado", ressalta.
Lado a lado, mãe e filha percorreram 6 km e 8 km, respectivamente, na manhã deste domingo. "A médica dela disse que não poderia extrapolar, mas ela não se aguenta", brinca Neuza, destacando ainda que, para elas, a atividade não é apenas uma forma de melhorar a saúde, mas é uma distração.
O Desafio Superação é um projeto promovido pela Igreja Adventista do Sétimo Dia, em alusão à campanha Outubro Rosa. Mais de 1.700 mulheres, de várias partes do Brasil e de outros países, participaram do evento. Elas correram nas categorias 3 km, 6 km, 10 km e 15 km, após contarem com atividades de aquecimento direcionadas por uma profissional de Educação Física. Na orla de Camburi, em Vitória, o grupo também realizou a distribuição do livro A Maior Esperança, que apresenta mensagens reconfortantes em tempos de pandemia.
"Temos a preocupação com o ser humano como um todo: seu estado físico, mental e espiritual. Por isso, a corrida motiva o cuidado com o corpo e o livro traz o cuidado com o emocional, pontua uma das idealizadoras do projeto no Espírito Santo, Jeanete Souza.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta