Capixabas estavam entre os 88 imigrantes ilegais brasileiros deportados pelos Estados Unidos que chegaram a Manaus, no Amazonas, no sábado (25). Desses, 84, entre eles os do Espírito Santo, foram transportados à noite por um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para Belo Horizonte, em Minas Gerais, conforme informações divulgadas pelo Jornal Nacional, da TV Globo. No mesmo voo também havia pessoas de Minas Gerais e do Mato Grosso.
O avião com os 88 brasileiros, fretado pelo governo americano, saiu de Alexandria, no Estado de Lousiana (EUA), e pousou em Manaus por volta das 18 horas de sexta-feira (24) para reabastecer e seguir para Belo Horizonte. A aeronave teve um problema técnico e os oficiais americanos queriam que o grupo completasse a viagem até Minas Gerais algemado. Por conta disso, o governo brasileiro tomou a decisão de buscar 84 deles em Manaus. Os outros quatro permaneceram em Manaus (AM) porque seguiriam para Rondônia e Roraima.
Ainda conforme informações do Jornal Nacional, a Polícia Federal informou que os passageiros se desentenderam com a tripulação porque o ar-condicionado quebrou. "Houve uma demora, pelo que foi relatado, e o ar-condicionado não estava funcionando. O que causou revolta dos passageiros, acabando por ocorrer o desembarque na cidade de Manaus", conta o delegado da PF Sávio Pinzon.
Passageiros, tripulação, seguranças particulares contratados pelo governo americano e funcionários da imigração americana tiveram que descer pela rampa inflável do avião. Os brasileiros estavam algemados nas mãos e com correntes nos pés.
De acordo com a PF, esse é um procedimento da imigração americana durante todos os voos com imigrantes ilegais deportados que partem dos EUA. A Polícia Federal determinou a retirada das algemas assim que o grupo entrou no aeroporto, pois eles estavam em solo brasileiro e não ofereciam risco.
Os agentes americanos queriam esperar outro avião chegar dos EUA para algemar os brasileiros novamente, para a segunda parte da viagem.
Assim que tomou conhecimento sobre a situação, o presidente Lula determinou que o avião da FAB transportasse os brasileiros em condições dignas e seguras, de acordo com o Ministério da Justiça.
Os imigrantes brasileiros ficaram em uma área de embarque restrito do aeroporto. A Prefeitura de Manaus e o governo do Amazonas mandaram alimentação e colchões. Eles comemoraram quando um agente da PF informou que completariam a viagem num avião da Força Aérea brasileira.
Por volta das 14h20 de sábado, a embaixada americana informou, em nota, que o imigrantes brasileiros no voo de repatriação já estavam sob custódia das autoridades brasileiras, e que a embaixada conversava com as embaixadas brasileiras a respeito do incidente.
Os brasileiros fizeram todos os procedimentos de embarque e foram encaminhados até o avião da FAB, que vai levá-los até o destino final, o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte.
O avião da FAB levando os brasileiros sem as algemas partiu de Manaus às 17h20 de sábado (25). O voo fretado pelo governo americano era o primeiro vindo para o Brasil no novo governo de Donald Trump, mas é o segundo de 2025. Há duas semanas, ainda na gestão de Joe Biden, um avião pousou também em Confins, trazendo mais de 100 pessoas.
Conforme a reportagem da TV Globo, esses voos fazem parte de um acordo bilateral sobre deportação assinado pelos Estados Unidos e Brasil em 2018 e que continua em vigor. Segundo a PF, em 2024, mais de 1.600 imigrantes ilegais deportados desembarcaram em 16 voos.
O pouso do avião da FAB estava previsto entre 21h e 21h30 no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte. Algumas famílias já aguardam os brasileiros no desembarque.
Todos os voos com deportados brasileiros dos EUA chegam por Confins por uma questão de logística. No caso deste voo, há brasileiros dos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Mato Grosso.
Ao todo, 88 brasileiros vieram neste voo dos EUA: há homens, mulheres e crianças. Quatro deles ficaram em Manaus, porque vão para os estados de Rondônia e Roraima.
Todos passam pelo procedimento normal de imigração, por exemplo, se têm algum mandado de prisão no Brasil ou se são procurados pela Interpol. Se não tiverem nenhuma pendência, são liberados.
A reportagem de A Gazeta procurou o Ministério das Relações Exteriores para verificar quantos capixabas estavam entre os imigrantes deportados dos EUA e também de quais cidades eles são e a previsão de chagada ao Espírito Santo, assim como demandou a Zurich, que cuida da administração do Aeroporto de Vitória. Assim que houver retorno este texto será atualizado.
Com informações do Jornal Nacional.
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