Os capixabas Thiago Philipe Souza Bragança e Walderson Junior da Silva, assassinos confessos da mineira Ana Paula Feitosa, vão a júri popular nesta quinta-feira (10). O julgamento acontece a partir de 9h, no Fórum Criminal de Vitória, no Espírito Santo. O crime ocorreu em janeiro de 2020, em Los Angeles, nos Estados Unidos. Por ser a primeira vez que um crime cometido nos Estados Unidos será julgado no Brasil, o caso se tornou inédito no país.
Entre as testemunhas do julgamento estão dois policiais americanos do FBI, que devem explicar como se deu o crime, em uma parceria também inédita entre os governos brasileiro e norte-americano.
Os dois acusados confessaram ter asfixiado a mineira de 24 anos no dia 30 de janeiro de 2020, na casa dela, e relataram terem jogado o corpo em um contêiner de lixo na cidade de Hot Spring, na Califórnia. Eles usaram imagens e áudios nos quais falavam sobre o crime para extorquir dinheiro dos próprios familiares. Após o crime, os dois conseguiram fugir pelo México e voltar ao Brasil.
O caso foi investigado pela Polícia de Los Angeles (LADP), que apontou que os dois mataram a jovem estrangulada com um fio de energia. Depois, enrolaram o corpo em um colchonete e colocaram no porta-malas do carro dela.
A Polícia Federal brasileira atuou providencialmente, principalmente na parte de cooperação internacional, por meio do Acordo de Assistência Judiciário-Penal firmado entre o Brasil e os Estados Unidos, o Mutual Legal Assistance Treaty (MLAT), bem como a Polícia Civil capixaba, no contexto das prisões. Os dois homens foram presos no dia 22 de fevereiro do mesmo ano, em Vitória.
Ana Paula morava em Los Angeles, nos Estados Unidos, e trabalhava em uma empresa de aplicativo de transporte. A família de Ana Paula é natural da cidade de Mateus Leme, em Minas Gerais. O desaparecimento dela foi percebido no começo de fevereiro de 2020.
Uma denúncia chegou à polícia federal americana, que analisou imagens das câmeras de segurança perto do prédio de Ana Paula. Nas imagens, Ana Paula aparecia entrando no prédio com dois homens e, depois de algumas horas, eles desceram carregando apenas o edredom, usado para esconder o corpo.
Vídeos também mostram que, após o assassinato, eles zombaram da vítima e chegaram a gravar um vídeo mostrando o celular dela. "Eu matei ela e ainda estou com o telefone da mulher, né", disse um deles, no vídeo.
Após o crime, Thiago Philipe Souza Bragança e Walderson Junior da Silva abandonaram o carro de Ana Paula e foram para o México, de ônibus. Lá, pegaram um voo para o Brasil, onde chegaram no dia 6 de fevereiro. Eles foram para o interior do Espírito Santo, onde tinham familiares.
Após ser preso, Thiago falou que eles estavam usando drogas no dia do crime e que agiram para se defender, pois Ana Paula estaria com uma faca. O carro dela foi encontrado no estacionamento de um cassino no estado americano de Oklahoma.
Com informações do G1ES
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