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Capixabas relatam experiências de fé e milagre com Nossa Senhora da Penha

Capixabas relatam experiências de fé e milagre com Nossa Senhora da Penha

Curas, cirurgias de alto risco e o sonho da maternidade: devotos contam como Nossa Senhora intercederam por eles

Publicado em 12 de abril de 2021 às 02:00

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Capixabas relatam experiências de fé e milagre com Nossa Senhora da Penha
Capixabas relatam experiências de fé e milagre com Nossa Senhora da Penha. (Foto: Gabriel Barros/ Arte: Geraldo Neto)

"O milagre se dá em campo diferente daquilo que a razão consegue entender. A ciência fala: pela ciência, esse caso era um caso perdido. Mas a fé fundamenta experiências que o argumento não consegue alcançar”. É assim que define o frei Paulo Roberto Pereira, guardião do Convento da Penha, sobre as histórias de experiências milagrosas envolvendo a intercessão de Nossa Senhora.

E histórias não faltam. Mesmo quando tudo dizia “não”, a fé trouxe outra realidade: o milagre. “O que move a pessoa é a confiança grande, quando tudo diz não, ela acredita que sim”, aponta o frei.

Foi o que aconteceu na vida da gestora de Recursos Humanos Tatiana Vieira de Freitas Oliveira. Depois de muitos anos de casada, aos 38 anos a capixaba tinha um sonho que não conseguia realizar: o de ser mãe.

"Eu não conseguia engravidar e sempre fui devota de Nossa Senhora da Penha. Foram vários anos na tentativa, sempre tinha alguma coisa que impedia, ao ponto de eu chegar a fazer um exame em uma clínica de reprodução humana e o médico me dizer que a chance de eu engravidar era uma em mil”, relata.

A opção apresentada pela Medicina seria um tratamento de fertilidade, que era muito caro. Sem condições financeiras naquele momento, Tatiana e o marido, Sérgio dos Anjos Oliveira, começaram a economizar para pagar os procedimentos.

Dedicados à religião, Tatiana e Sérgio sempre estavam presentes na Romaria dos Homens. Em 2013, depois de ouvir as notícias desanimadoras vindas dos médicos, algo diferente aconteceu.

"Durante a missa, na hora da saída da imagem de Nossa Senhora, eu me ajoelhei no meio da multidão. Foi como se eu não tivesse ali, uma conexão tão grande entre eu e minha fé. Naquele ano eu pedi de uma forma que eu não sei te explicar. Eu tava me consagrando e pedindo a graça da maternidade de uma forma diferente. Eu senti que foi diferente, era o ano da minha chance”, relembra.

Tatiana pediu que o tratamento de fertilidade, que começaria em junho, funcionasse. Quando chegou o mês para iniciar os procedimentos, ela precisou fazer vários exames, incluindo o de gravidez. “O médico avisou que eu não poderia iniciar o tratamento estando grávida, então eu fui fazer o exame, protocolar, para dar início às sessões”, relata.

Família de Tatiana durante a Festa da Penha
Família de Tatiana durante a Festa da Penha. (Reprodução)

Surpreendentemente, o exame deu positivo. “Quando saiu o resultado, eu olhei despretensiosamente, jamais pensando na possibilidade de estar grávida. Era protocolo. Eu fiquei sem chão porque eu não esperava que fosse daquela forma. Uma em mil, segundo as palavras do médico”, conta. Para ter certeza da gravidez, Tatiana fez quatro exames.

A filha, Ana Carolina, já com 8 anos, acompanha os pais todo ano na Festa da Penha. O Convento foi, inclusive, o primeiro lugar que a pequena conheceu fora do hospital, após o nascimento.

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Eu tenho a convicção que a minha filha é uma graça alcançada e ela sabe disso. Eu mandei um e-mail para o médico dizendo ‘a minha única chance em mil veio’ e ele respondeu ‘porque para Deus nada é impossível'

Tatiana Vieira de Freitas Oliveira
Gestora de RH
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Patrícia e o filho Diego, agora com 17 anos
Patrícia e o filho Diego, agora com 17 anos. (Reprodução)

"ELA ME AVISOU SOBRE MEU FILHO"

A história de Patrícia Carla Silva de Paula Guasti também envolve uma confiança inabalável em Nossa Senhora. Há cerca de oito anos, a contadora estava em um encontro de casais da igreja quando viveu uma experiência que classifica como sobrenatural.

"Eu ajoelhei no altar, fitei os olhos de Nossa Senhora e me veio um aperto muito grande no meu coração. Um aperto que doeu demais. Até hoje quando eu falo me emociona. Eu vi o meu filho no colo da minha filha mais nova e ele estava como se estivesse morto”, relata.

Na época, Diego de Paula Guasti, filho de Patrícia, tinha 9 anos. Ainda na igreja, ela começou a rezar para o menino, que estava em casa. “Pedi para Ela cuidar do meu menino, porque eu sentia que tava acontecendo alguma coisa com ele. Pedi que Ela viesse, pegasse ele no colo e impedisse que algo ruim acontecesse. Aos poucos, fui voltando a sentir uma paz”, conta.

Quando chegou em casa, Patrícia foi recebida pela filha mais velha, que pediu: “Não guarda o carro, mãe”. Entrando na residência, a mãe encontrou a mesma imagem que havia visto mais cedo na igreja: a filha mais nova com Diego no colo, quase desacordado. “Ela me contou que ele havia caído e batido a nuca no chão. Tinha vomitado e estava mole”, relembra.

Já no hospital, após tomografia, o médico pareceu surpreso. “Ele disse: ‘Não sei o que aconteceu, foi um milagre. Seu filho teve um traumatismo, uma queda muito forte, mas ele só está com a marca, como se a ferida já tivesse sido calcificada. Está tudo bem, ele vai ficar bem'”. A melhora do menino foi, para Patrícia, a prova de que Nossa Senhora havia avisado e cuidado de seu filho.

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Todos os anos eu participo da novena, da caminhada, da romaria, participo de tudo em agradecimento. Para mim é um testemunho de que Ela vive, que Ela cuida. Eu acredito de todo meu coração que quando ele caiu foi Ela que segurou

Patrícia Carla Silva de Paula Guasti
Contadora
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Quadro feito pelo pai de Thiara em agradecimento pela cura da filha/Thiara no Convento
Quadro feito pelo pai de Thiara em agradecimento pela cura da filha. Thiara no Convento anos depois. (Reprodução)

"DISSERAM QUE EU NUNCA ANDARIA"

A mesma fé em Nossa Senhora da Penha guiou o pai da Thiara Rediguieri  no início da década de 1990. A menina nasceu em 1993 com o pé torto. “Quando a minha mãe estava grávida de mim, os médicos já avisaram qeu eu teria algum problema físico. Isso foi se confirmar quando eu nasci, com o pé direito virado. Os dedos estavam virados para dentro, a previsão era de que eu nunca iria andar”, relata Thiara, hoje com 28 anos.

O pai, Luis Cláudio, queria que uma cirurgia fosse feita, mas não encontrava médicos dispostos a fazer o procedimento, que era considerado de alto risco. “Meu pai sempre foi uma pessoa muito devota, sempre acreditava e acredita nos milagres de Nossa Senhora da Penha. Depois do médico explicar os riscos da cirurgia, que eu poderia não andar, que a chance era muito pequena de dar certo, meu pai fez uma promessa de que se a cirurgia corresse bem ele não cortaria meu cabelo até eu completar 7 anos e, no primeiro corte, ele levaria a mechinha e colocaria no Convento da Penha, como agradecimento”, relembra.

Deu certo. Aos três anos, Thiara começou a andar. “De fato, fiquei sem cortar o cabelo por 7 anos. Quando cortei, meu pai pegou a mechinha de cabelo, colocou no quadro e fomos ao Convento pagar a promessa. Meu pai subiu o Convento de joelho pagando a promessa. Eu não entendia muito bem, mas acompanhei, agradeci e rezei muito”, conta.

Cleomar e Pollyana, durante o período de internação ela fez ligações por vídeo, depois da recuperação foram ao Convento agradecer
Cleomar e Pollyana: durante o período de internação ela fez ligações por vídeo. Depois da cura, foram ao Convento agradecer. (Reprodução)

MILAGRES EM TEMPOS DE COVID-19

Marcado pela pandemia de Covid-19, o ano de 2020 também registrou diferentes histórias de fé nos milagres de Nossa Senhora. A doença fez vários capixabas perderam a vida e deixou muitos outros internados. Os que conseguiram se recuperar ainda lidam com as sequelas físicas e emocionais deixadas pelo vírus.

Em novembro, Cleumar Fernandes Junior, 39 anos, deu entrada no Hospital Praia da Costa, em Vila Velha, com 40% dos pulmões comprometidos pelo novo coronavírus e ficou intubado por 12 dias. A esposa, Pollyana dos Santos Gobetti, foi quem rezou e pediu pela vida do marido.

"Eu sempre fui muito devota de Nossa Senhora da Penha. Nas minhas idas ao hospital, eu olhava para o Convento e pedia para que Ela guardasse ele, que ele saísse com vida daquele lugar. Todo dia eu acendia uma vela. Tudo tem um propósito, pessoas que eu nem conheço rezaram pela vida dele", relata

No dia 22 de novembro, a capixaba subiu o Convento rezando pela vida do marido e no dia seguinte ele saiu da intubação. "Ele nasceu novamente. Emagreceu 20 kg, saiu bem debilitado, mas vivo. Eu tenho certeza que o milagre da recuperação dele veio de Nossa Senhora", pontua.

Lia dos Santos Carvalho durante Festa da Penha
Lia dos Santos Carvalho durante Festa da Penha. (Reprodução)

Pelas portas do mesmo hospital, cinco dias depois, deu entrada Lia dos Santos Carvalho, de 69 anos. "Eu passei 28 dias na UTI e minha família chegou a ser chamada porque eu não iria sobreviver", afirma.

Sempre devota a Nossa Senhora da Penha, Lia participa ativamente das edições da Festa da Penha e relata que já passou por diferentes episódios durante a vida em que viu a mão de Nossa Senhora cuidando de sua vida.

Cerca de um ano antes da internação por Covid-19, ela foi levada às pressas ao hospital e precisou fazer uma cirurgia de emergência. "Os médicos falaram que se eu tivesse demorado mais uma hora para chegar, teria morrido. Era uma emergência e precisei tirar a vesícula", conta.

Lia saiu do hospital no dia 24 de dezembro, véspera de Natal. Estava debilitada, não conseguia sequer caminhar, mas com a fisioterapia está alcançando a recuperação completa. Dois meses depois, o irmão que cuidou dela e era responsável por conversar com os médicos, também foi contaminado pelo coronavírus.

Após mais de 30 dias na UTI, Nélio Almeida dos Santos, que é um ano mais velho que Lia, conseguiu se recuperar. "São duas graças que assim que conseguirmos vamos subir o Convento para agradecer", promete.

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Devoção a Nossa Senhora eu sempre tive. Ela me restituiu a vida. Já passei por vários episódios da minha vida difíceis. São testemunhos de gratidão, de fé, pela intercessão da Virgem Maria, por determinação da espiritualidade divina que me trouxe de volta à vida

Lia dos Santos Carvalho
Recuperada de Covid-19
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