Durante pronunciamento feito nesta segunda-feira (1º), o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), pediu mais restrição do contato pessoal entre os capixabas e afirmou que medidas mais drásticas, como lockdown - o bloqueio total -, não estão descartadas, se for necessário. Casagrande explicou que a decisão vai depender da taxa de ocupação de leitos de UTI destinados a pacientes com Covid-19 em todo o Estado, que não pode chegar a 91%. "Nossa prioridade é salvar a vida das pessoas e se for preciso tomar decisões mais radicais, nós tomaremos", avisou.
"Estamos em um esforço gigantesco, vamos abrir mais leitos essa semana e na semana que vem, esforço dentro do plano de convivência com a pandemia", disse. Esse plano, de acordo com Casagrande, está amarrado à matriz de risco, que fornece os dados para decisões sobre a reabertura das atividades econômicas. A abertura dos leitos, no entanto, não estaria sendo suficiente para dar o resultado esperado. "Precisamos de uma interação menor. Parte das pessoas ainda não se conscientizaram, não se convenceram da necessidade do isolamento", apontou.
Para garantir uma maior taxa de isolamento nos municípios, o socialista pediu que os prefeitos retirem das praias equipamentos públicos. "Eu peço muito a ajuda dos prefeitos. Estou vendo pela imprensa a quantidade de pessoas nas praias, praticando esportes coletivos, caminhando ou correndo. É preciso que a gente limite o uso das praias, tirando equipamentos para inibir as pessoas de usarem", defendeu.
Casagrande também afirmou que as medidas mais drásticas, como o lockdown, não estão descartadas, mas serão decididas em cima da matriz de risco.
"Lockdown significa que ninguém pode sair e a gente sabe que um ou outro precisa trabalhar, sustentar a família, então não gosto da palavra lockdown, mas nós teremos que adotar medidas de restrição às atividades econômicas e atividades sociais com mais rigor. Espero não chegar nesse ponto, tá certo?", ponderou o governador.
Casagrande também voltou a criticar a postura do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), que participou de manifestações no último final de semana. "Todo final de semana a postura do presidente dificulta o nosso trabalho, ele participa de manifestações e procura sempre dar sinais e exemplos de interação", disse. Para Casagrande, falta principalmente uma centralidade no combate à pandemia por parte do governo federal.
No Espírito Santo, o comércio funciona em dias alternados, dependendo do ramo de atividade do estabelecimento. Shoppings também passaram a ser autorizados a abrir, com horário reduzido e a proibição da entrada de crianças.
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