Na semana em que se aguarda a reabertura do comércio na Grande Vitória, que prevista para segunda (4), o número de casos do novo coronavírus no Espírito Santo alcançou o triste número de 14 mortes e mais de 200 casos em apenas um dia. Diante do cenário, o governador Renato Casagrande fez um apelo para que seja mantido o distanciamento social e afirmou que a flexibilização estará condicionada a manutenção da taxa de isolamento acima de 55% no Estado.
"A possibilidade de abrir o comércio não pode reduzir o isolamento. Só poderemos, de fato, abrir o comércio se as pessoas se isolarem e pararem de interagir. Precisamos de 55% de isolamento. A vida humana está em primeiro lugar. Se colaborarmos, podemos avançar na (flexibilização da) atividade econômica, mas se não colaborarmos não temos como avançar", declarou em pronunciamento realizado nesta terça-feira (28).
Casagrande disse que as atividades de lazer precisam ser paralisadas e que "não tem segredo para conviver com o coronavírus" senão diminuir a interação. "Por isso peço a ajuda de vocês para dar um passo diante", declarou se referindo a possibilidade de permitir a abertura do comércio.
A redução do isolamento é necessária para que o Estado não continue registrando essa escalada de casos e óbitos. Do contrário, o governo pode recuar de abrir o comércio, como já dito pelo próprio governador, uma vez que uma explosão de casos simultâneos pode sobrecarregar o sistema de saúde. "Não podemos correr o risco de perder vidas sem assistência", afirmou.
Dados mais recentes da empresa de tecnologia Inloco apontavam um índice de isolamento social de 59,8% no Estado no domingo (26). Esse cálculo é o mesmo levado em conta pelo governo do Estado .
Casagrande voltou a mostrar preocupação com a dificuldade na compra de respiradores, aparelhos essenciais para o tratamento de pessoas com Covid-19 em estado grave. Cada leito UTI para a doença precisa de um equipamento desses.
Segundo o governador, ele conversou nesta terça (28) com o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, e pediu ajuda no planejamento e aquisição de respiradores para o Estado. Ele destacou que o ministério também tem tido dificuldades em conseguir os equipamentos. "Não estamos conseguindo comprar respiradores. Até agora conseguimos comprar 60, mas que serão entregues totalmente até julho".
Ele afirmou ainda que está marcada para quinta-feira (30) uma reunião do ministro com todos os governadores. "Quero tratar com ele sobre dois temas. Vou falar disso (respiradores) e do credenciamento de leitos. O governo federal tem nos ajudado, mas precisamos credenciar mais leitos para coronavírus e outras enfermidades. O Sistema Único de Saúde financia em torno de 23% da saúde, 77% é financiado pela sociedade capixaba".
Diante da dificuldade na compra de respiradores, o governador capixaba disse que mesmo com a abertura dos novos leitos anunciados, não dá para assegurar que o sistema de saúde do Estado não vá colapsar. "Estamos preparados para essa fase. Mas se houver um crescimento da pandemia no Espírito Santo, isso não nos assegura".
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