O julgamento do ex-pastor Georgeval Alves Gonçalves, previsto inicialmente para ocorrer no mês que vem, foi remarcado para o dia 3 de abril. Em um pedido feito em caráter de urgência na terça-feira (7), o novo advogado do acusado solicitou que o júri popular fosse adiado, devido à realização de um procedimento cirúrgico.
Em documentos obtidos por A Gazeta, Pedro Henrique Souza Ramos justifica que, por conta da cirurgia, será necessário um afastamento e repouso de 15 dias. O procedimento está previsto para acontecer no dia 14 de março, um dia após a antiga data de início do julgamento.
Um laudo médico também foi anexado à solicitação, atestando que o profissional "ficará impossibilitado de exercer suas atividades habituais por quinze dias, após a realização do procedimento".
Procurado por A Gazeta, o advogado afirmou que a cirurgia já estava marcada desde dezembro de 2022. Segundo ele, como a expectativa é de que o julgamento se estenda por mais de um dia, houve a necessidade de pedir a mudança da data. "O procedimento já está autorizado e liberado desde dezembro. Só que chegamos a um impasse por conta do pré e pós-operatório, que não são fáceis", destacou.
Na mesma decisão em que definiu a nova data do julgamento, o juiz da Primeira Vara Criminal de Linhares Tiago Fávaro Camata também revogou a nomeação do advogado Deo Moraes Dias, que estava com o caso desde o dia 4 de novembro. Pedro Ramos assumiu a defesa do réu ainda na terça-feira (7).
O magistrado ainda arbitrou o pagamento ao profissional de R$ 800, proporcionais aos trabalhos desenvolvidos, "a serem arcados pelo Estado do Espírito Santo".
Na manhã desta quarta-feira (8), a antiga defesa do ex-pastor, representada por Déo Moraes Dias, emitiu um comunicado para a imprensa. Ele afirmou que recebeu a informação de que "um advogado de Vitória juntou procuração aos autos e assumiu o patrocínio da causa".
"Portanto, quero esclarecer que não mais estarei promovendo a defesa do réu Georgeval Alves no Plenário do Tribunal do júri, como advogado dativo. Quero agradecer a todos pela compreensão, e vida que segue!", frisou.
Os advogados de acusação do caso, Síderson Vitorino e Lharyssa Almeida, também se manifestaram em nota sobre o adiamento do júri popular: “Em que pese o adiamento da sessão em quase um mês, o referido lapso não interfere na qualidade técnica do trabalho que vimos engendrando para nossa atuação no Tribunal do Júri".
"Ocorre que tanto as provas técnicas do processo quanto a prova testemunhal a ser apresentada no plenário são suficientes para que o Colendo Conselho de Sentença se convença de que Georgeval é culpado pelos atos repugnantes que cometeu", completaram.
Os irmãos Joaquim Alves, na época com três anos, e Kauã Salles Butkovsky, de seis anos, foram assassinados no dia 21 de abril de 2018 na residência onde moravam, no Centro de Linhares. Segundo a Polícia Civil, eles sofreram abuso sexual e estavam vivos, desacordados em uma cama, antes de morrerem após um incêndio criminoso atingir a casa
Na casa, com os meninos, estava Georgeval Alves Gonçalves, acusado do crime. O ex-pastor era pai de Joaquim Alves e padrasto de Kauã Salles Butkovsky, filho do primeiro casamento de Juliana Pereira Sales Alves com o empresário Rainy Butkovsky. Juliana teve outro filho com o ex-pastor, além de Joaquim.
Georgeval foi detido durante as investigações. Em maio de 2019, por decisão do juiz André Bijos Dadalto, da Primeira Vara Criminal de Linhares, ele foi pronunciado (decisão que o encaminhou para o Tribunal do Júri) por homicídio duplamente qualificado, estupro de vulneráveis e tortura.
Após essa decisão, recursos foram apresentados pelos advogados de defesa e analisados pela 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Espírito Santo
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