Amigos e familiares de Luísa Lopes realizaram na noite desta sexta-feira (14) um ato em memória da modelo, morta há um ano pela corretora de imóveis Adriana Felisberto, que ingeriu bebida alcoólica minutos antes do acidente. A manifestação começou às 18h e aconteceu em frente ao Clube dos Oficiais, em Jardim da Penha, Vitória, na região em que houve o atropelamento.
O repórter fotográfico de A Gazeta, Vitor Jubini, esteve no local e constatou que os manifestantes fecharam a pista da Avenida Dante Michelini, no sentido do bairro Jardim Camburi, por volta das 19h. Motoristas relataram um engarrafamento intenso que começou ainda na Enseada do Suá, próximo ao Shopping Vitória.
Com cartazes em mãos, o grupo pede por justiça e maior celeridade na condenação da corretora. "O ato é para dar um grito de alerta no sentido de que está demorando demais para acontecerem as coisas – e não só a família, mas a sociedade também precisa de uma resposta. Essa manifestação foi organizada por quem mais amava a Luísa", afirmou Ivan Lopes, pai da ciclista.
Em vídeo registrado no local, foi possível ver os manifestantes entoando a seguinte letra: "Chega de morte, não aguento mais! Nossa Luísa não vale 3 mil reais", em que é feita referência aos valores pagos em fianças por suspeitos de homicídios no trânsito.
A Polícia Militar foi procurada para dar uma estimativa de quantas pessoas compareceram ao ato. Assim que houver retorno, este texto será atualizado.
No dia 15 de abril de 2022, a modelo foi atropelada na Avenida Dante Michelini, em Vitória, pela corretora de imóveis Adriana Felisberto Pereira, à época com 33 anos. Com o forte impacto, Luísa chegou a ser arremessada em cima do veículo, antes de ser arrastada por vários metros. A bicicleta da modelo ficou destruída após o acidente.
As investigações da Polícia Civil concluíram que Adriana ingeriu bebidas alcoólicas no dia do acidente. Ficou comprovado que a corretora consumiu copos de cerveja e doses de vodca durante mais de 3 horas, inclusive cerca de 10 minutos antes de atropelar a modelo.
Adriana Felisberto foi proibida pela Justiça de dirigir e não teve a prisão pedida, nem se sentou ainda no banco dos réus. O caso tramita no Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) e os últimos andamentos no processo ocorreram em março.
• 15 de abril: Modelo é atropelada e morre na Avenida Dante Michelini;
• 15 de abril: Corretora de imóveis é presa suspeita de atropelar e matar ciclista;
• 16 de abril: Justiça concede liberdade a motorista suspeita de atropelar modelo;
• 19 de abril: Amigos e familiares vão às ruas pedir Justiça pela morte de Luísa Lopes;
• 19 de abril: Advogado de corretora pede sigilo no processo, mas juíza nega;
• 3 de junho: Após dois meses, caso seguia em investigação;
• 23 de junho: Polícia pede mais 30 dias para concluir inquérito;
• 15 de julho: Polícia ganha mais 90 dias para investigar o caso;
• 30 de agosto: Após quatro meses desde a morte, investigação continuava;
• 6 de outubro: Polícia conclui investigação e encaminha inquérito para o MPES;
• 16 de outubro: Ministério Público denúncia motorista, mas sem pedido de prisão;
• 20 de dezembro: Motorista é proibida de dirigir pela Justiça;
A Justiça acatou a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Espírito Santo em dezembro de 2022. Na ocasião, o MPES denunciou Adriana por homicídio doloso – quando há a intenção de matar – com a capacidade psicomotora alterada, pedindo que ela fosse proibida de dirigir. O órgão justificou que a liberdade da corretora não oferece riscos à sociedade e solicitou que ela não fosse presa preventivamente.
Na denúncia, o Ministério Público fez uma solicitação à Justiça para a acusada ir a júri popular. O pedido foi aceito pela juíza Lívia Regina Savergnini Bissoli Lage, mas a audiência de instrução, que antecede essa etapa, ainda não foi marcada.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta