Um dado preocupante chama a atenção dos órgãos de saúde do Espírito Santo: em todo o território capixaba, 1.453 casos de dengue foram registrados só na primeira semana de janeiro de 2023 – número que é duas vezes maior se comparado com os dias 18 a 24 de dezembro, quando houve 689 notificações no Estado.
De acordo com os boletins divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), esse é o maior valor mensal já registrado na comparação com 2022. Com exceção de dezembro, quando houve 1.027 diagnósticos para a doença, nenhum outro mês do ano passado teve mais de mil notificações. Pelos documentos é possível ver que o crescimento da doença foi instável, mas deslanchou rapidamente (confira abaixo).
SE* 46 (entre os dias 13 e 19 de novembro de 2022): 427 casos
SE* 47 (entre os dias 20 e 26 de novembro de 2022): 377 casos
SE* 48 (entre os dias 27 de novembro de 3 de dezembro de 2022): 353 casos
SE* 49 (entre os dias 4 e 10 de dezembro de 2022): 366 casos
SE* 50 (entre os dias 11 e 17 de dezembro de 2022): 565 casos
SE* 51 (entre os dias 18 e 24 de dezembro de 2022): 689 casos
SE* 52 (entre os dias 25 e 31 de dezembro de 2022): 1.027 casos
SE* 1 (entre os dias 1 e 7 de janeiro de 2023): 1.453
*Semana Epidemiológica (SE): Representa um consenso internacional sobre um período de tempo padrão para agrupar mortes e outros eventos epidemiológicos.
Atualmente, os municípios com a maior incidência acumulada da doença nas últimas quatro semanas são Castelo (2553,84) e Piúma (507,87), ambas na região Sul do Estado; São Roque do Canaã (2198,24) e Vila Valério (461,88), no Noroeste; além de Santa Teresa (311,93), na Região Serrana.
Somente no ano passado, foram notificados 20.929 casos de dengue no Espírito Santo, com incidência de 514,98 casos por 100 mil habitantes entre a semana epidemiológica 01 (de 2 a 8 e janeiro) e a 52 (de 25 a 31 de dezembro). Foram confirmados seis óbitos neste período.
O subsecretário de Vigilância em Saúde do Estado, Luiz Carlos Reblin, alertou para o crescimento da doença em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira (16).
"Nossa tradicional dengue aumenta neste período do ano. Com a dengue, o próprio Aedes aegypti (mosquito transmissor) passou a transmitir também chikungunya e zika. Essas três doenças, de fato, já neste verão, apontam para um crescimento que nós estamos acompanhando. Nossas equipes se localizam tanto centralmente, como também nas regionais de saúde, e monitoram o número de casos que os municípios estão registrando", explicou.
Apesar de menos expressiva, as outras duas doenças transmitidas pelo mosquito aedes aegypti também tiveram um aumento nas últimas semanas. De acordo com Reblin, foram registrados 25 casos de chikungunya na SE 51 de 2022, sendo que na SE 2 deste ano, entre os dias 8 e 14 de janeiro, o número subiu para 34.
"E a zika, que é uma grande preocupação também, como um problema de saúde grave para crianças que podem nascer com algum tipo de comprometimento em função do adoecimento da mãe, vimos que teve 3 casos nas últimas três semanas do ano passado. Na primeira semana já passamos para 6, e nessa [semana] que terminou agora, para 3, número que pode aumentar, porque o diagnóstico demora um pouo mais", detalhou o subsecretário.
A Secretaria da Saúde ainda informou, por nota, que monitora diariamente a situação das arboviroses no Espírito Santo e aguarda as consolidações das próximas semanas para confirmação de um cenário de alta. Os boletins com dados atualizados de arboviroses são publicados semanalmente, às sextas-feiras, no site da Secretaria.
"A Sesa ressalta que os dados apresentados no momento não se comportam como o do período de 2019, onde os casos notificados de dengue foram mais de 70 mil, e uma média de 1,3 mil por semana. Entretanto, o cenário é de alerta, em virtude da situação propícia para a proliferação do mosquito", apontou.
Confira dicas de como evitar a doença:
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